terça-feira, 18 de novembro de 2008

Pessoas Infelizes Assistem Mais TV

Um estudo feito por sociólogos americanos concluiu que pessoas infelizes assistem mais televisão, enquanto pessoas que se consideram felizes lêem mais e têm vida social mais ativa. O trabalho foi publicado na edição de dezembro da revista científica Social Indicators Research. Os pesquisadores, da Universidade de Maryland, na cidade de Baltimore, basearam suas conclusões em pesquisas realizadas ao longo de 30 anos nos Estados Unidos. Com base nesses estudos, eles ainda concluíram que as horas que a população passa em frente à televisão podem aumentar com a crise econômica.

Os sociólogos John P. Robinson e Steven Martin, da University of Maryland, analisaram dados de quase 30 mil adultos que participaram de estudos sobre o uso do tempo e sobre comportamento social feitos entre 1975 e 2006. Nos estudos sobre como as pessoas usam seu tempo, os participantes foram convidados a escrever diários relatando suas atividades durante um período de 24 horas, indicando quão prazerosas foram cada uma delas.

As pesquisas sobre comportamento social, ou General Social Surveys, também usadas como base para o presente estudo, indagaram aos participantes, durante anos consecutivos, quão felizes se sentiam e como passavam seu tempo, além de outras questões. Robinson e Martin verificaram que, em relação ao hábito de assistir TV, os dois tipos de estudos apresentaram resultados diferentes.

De acordo com as General Social Surveys, pessoas que se consideram infelizes assistem em média 20% mais televisão do que pessoas muito felizes. Em suas conclusões, os pesquisadores levaram em conta características individuais como educação, salário, idade e estado civil. As pesquisas também revelaram que pessoas que se descrevem como felizes são mais ativas socialmente, participam mais de serviços religiosos, votam com mais freqüência e lêem mais jornais.

As informações obtidas a partir dos diários descrevendo como as pessoas passavam o tempo, no entanto, revelaram um quadro diferente. Escrevendo em tempo real, no mesmo dia em que as atividades aconteceram, os participantes parecem ver o ato de assistir televisão de forma mais positiva. Segundo Robinson, embora os telespectadores digam que a TV de forma geral é um desperdício de tempo e uma atividade não particularmente agradável, muitos acrescentam que os programas vistos "foram muito bons".

Os autores do estudo concluíram, desta forma, que assistir televisão pode contribuir para a felicidade do telespectador naquele momento, porém, há menos efeitos positivos a longo prazo.
"A TV não parece realmente satisfazer as pessoas a longo prazo da maneira como o envolvimento social ou a leitura de um jornal o fazem", disse Robinson, um pioneiro em estudos sobre como as pessoas passam seu tempo. "Ela é mais passiva e pode oferecer um escape - especialmente quando as notícias são deprimentes".

"Os dados indicam que o hábito de ver TV pode oferecer prazer a curto prazo, mas causam mal a longo prazo." Baseado em dados colhidos pelas pesquisas sobre o uso do tempo, Robinson prevê que a população deva assistir mais televisão durante o período de crise econômica.
" À medida que as pessoas têm progressivamente mais tempo em suas mãos, as horas em frente à TV aumentam".

Ele acrescenta que um pouco do tempo extra também poderá ser preenchido dormindo. (Depois da televisão) "o sono pode ser o segundo grande beneficiário da perda de emprego ou da redução nas horas de trabalho".

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Maior Freqüência de Crises Cardíacas Pela Manhã

O ciclo cotidiano de atividade e de reprodução das células que cobrem os vasos sangüíneos explica a maior freqüência de ataques cardíacos e cerebrais pela manhã. A conclusão é de um estudo apresentado nos Estados Unidos. As chamadas células endoteliais servem de interface entre o sangue e as artérias, controlando sua flexibilidade e contribuindo para impedir a formação de coágulos, que podem provocar uma crise cardíaca, ou um ataque cerebral, explica Ibhar Al Mheid, pesquisador de Cardiologia da Universidade de Emory, em Atlanta (Geórgia).

Ibhar Al Mheid é o principal autor desse estudo, apresentado na Conferência Anual da American Heart Association, em Nova Orleans (Louisiana). "A produção de células-tronco na medula espinhal é um dos processos importantes pelos quais o revestimento interno de nossos vasos sangüíneos se mantêm em bom estado", destaca o especialista.

"Essas células contribuem para a substituição das células endoteliais danificadas e também fabricam novos vasos para o lugar dos já privados de fluxo sangüíneo suficiente".
O objetivo do estudo era examinar as características do ciclo circadiano (período de aproximadamente 24 horas) das funções endoteliais, como a capacidade de distensão dos vasos sangüíneos e a quantidade de células-tronco produzidas para reconstituir as células endoteliais.
O cardiologista e sua equipe examinaram uma dezena de indivíduos de meia-idade a cada quatro horas, durante 24 horas.

Os pesquisadores conseguiram medir a expansão dos vasos sangüíneos nesses indivíduos, a quantidade de células-tronco endoteliais e sua capacidade de crescimento.
A capacidade dos vasos de se desentesar atingiu seu estado ótimo à meia-noite --40% a mais do que no meio do dia--, enquanto que a produção de células-tronco endoteliais chegou ao ápice às 20h.

"O tecido que reveste nossas artérias parece funcionar melhor à noite, e a função endotelial é, particularmente, prejudicada de manhã cedo", observou Al Mheid. Segundo ele, o ciclo circadiano no cérebro, que é influenciado pela luz e regula o sono e o despertar, determina as variações na flexibilidade dos vasos, assim como as funções endoteliais.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Homens Detectam Traição Melhor do que Mulheres

Um estudo realizado por pesquisadores americanos sugere que homens detectam a traição com mais facilidade do que as mulheres. A equipe, da Virginia Commonwealth University, na Virgínia, afirma ainda que os homens são mais desconfiados da infidelidade, mesmo quando não estão sendo tríados.

O pesquisador Paul Andrews e uma equipe de especialistas entrevistaram 203 casais heterossexuais com questionários confidenciais. Eles perguntaram aos voluntários se eles já haviam sido infiéis e se suspeitavam ou sabiam que haviam sido traídos. Entre os homens, 29% admitiram já ter traído. Entre as mulheres, o índice foi de 18,5%.

O estudo, reproduzido pela revista científica "New Scientist", concluiu que, além de trair mais, os homens também são mais espertos para captar sinais de infidelidade. Eles detectaram 75% dos casos de traição, enquanto as mulheres identificaram apenas 41%.

Além disso, eles também apresentaram uma tendência maior de desconfiar das parceiras, mesmo quando elas não eram infiéis. Para Paul Andrews, esse comportamento tem uma explicação evolutiva, já que, ao contrário das mulheres, os homens nunca podem ter 100% de certeza sobre a paternidade de seus filhos.

"Quando a mulher é infiel, o homem pode perder a oportunidade de reproduzir, e acabar investindo seus recursos para criar uma prole de outro homem", diz o pesquisador. Em entrevista à New Scientist, David Buss, da Universidade do Texas, diz que o estudo contribui para a teoria de que os homens desenvolveram defesas para detectar a traição, "o que os leva a ser mais cautelosos ao superestimar a infidelidade de suas parceiras".

Cientista Identifica Neurônio Que Reage a Celebridades

Cientistas descobriram que entre os bilhões de neurônios presentes no cérebro existe um que acaba reagindo individualmente quando uma pessoa se depara com a imagem de uma pessoa conhecida. Esse tipo de neurônio, batizado de neurônio Jennifer Aniston (na foto) - em homenagem à atriz que faz Rachel nos seriado americano Friends -, pode ajudar cientistas a entender como as imagens são processadas no cérebro e transformadas em memória.

O estudo, a ser apresentado na Universidade de Leicester, na Inglaterra, constatou, em testes com voluntários, que quando uma pessoa se depara com a foto de uma celebridade, como por exemplo Jennifer Aniston, uma célula específica responde com um aumento na sua atividade de geração de impulsos nervosos.

Quando a mesma pessoa depois recebia fotos de outras celebridades - como Hale Berry, Tom Cruise ou Oprah Winfrey - a resposta vinha em outras células individuais totalmente diferentes. Segundo o estudo do professor argentino Rodrigo Quiroga, neurônios específicos do cérebro reagem imediatamente à imagens familiares, como por exemplo, de parentes, amigos, ou celebridades. "Estou examinando como as informações sobre o mundo externo (o que vemos, ouvimos ou tocando) e nossas próprias representações internas (por exemplo: memórias, emoções, etc) são representadas pelos neurônios no cérebro", disse Quiroga.

"Esses neurônios, normalmente, são bastante silenciosos, mas quando mostrávamos uma fotografia que eles 'gostavam', sua atividade aumentava em até mil vezes", disse Quiroga. Ele ainda descobriu que observando esses neurônios em atividade, era possível supor o que os pacientes estavam vendo - eles literalmente conseguiam "ler" a mente dos pacientes.

"Um dos maiores desafios científicos de nossa época é entender como a informação é representada pelos neurônios no cérebro", diz Quiroga. A pesquisa também mostra como nós conseguimos reconhecer uma pessoa instantaneamente, mesmo se vista de costas, ou de um ângulo diferente, com cores diferentes ou em condições diferentes. "Nesse estudo vimos que os conceitos, ou pessoas, são representados de maneira explícita e de maneira abstrata pela atividade de células singulares.

Isso significa que um determinado neurônio vai entrar em atividade por conta da Halle Berry, não interessa como você a veja, mesmo que ela esteja vestida de Mulher-Gato, ou se você apenas ler o seu nome", explica. "Agora, se um entre bilhões de neurônios reage à Halle Berry, então deve haver outros que reajam a outros conceitos.

O que é surpreendente para a comunidade da neurociência é que neurônios particulares podem representar conceitos de modo tão abstrato." Segundo o professor, na área estudada (o hipocampo), o cérebro "determina" neurônios particulares (não necessariamente um) para coisas diferentes que são relevantes ou conhecidas para o paciente. "Apesar dos progressos espetaculares das últimas décadas, ainda estamos longe de compreender, por exemplo, como os estímulos visuais são processados para criar uma percepção consciente." "Mas nós estamos apenas começando a entender como os neurônios do cérebro são capazes de criar representações tão 'abstratas'", disse ele.

O professor afirma que sua pesquisa tem alto potencial clínico para o desenvolvimento de neuropróteses, como braços robóticos comandados por sinais enviados por neurônios a serem usados por pacientes paralisados. A descoberta também tem potencial para o tratamento de pacientes de doenças como epilepsia, Alzheimer e esquizofrenia, e deve ajudar a compreender melhor como percepções e memórias são representadas no cérebro.

Contato Com Cães Pode Beneficiar Pessoas Com Demência

O contato com cachorros pode melhorar o humor e a qualidade de vida de pessoas com doença de Alzheimer e outros tipos de demência, segundo estudo da Universidade de Queensland, na Austrália. Um projeto conjunto de veterinários e médicos geriatras indicou que o trabalho de um terapeuta junto à presença de um cão treinado em asilos oferece “claros benefícios”. Avaliando nove estudos internacionais sobre o assunto, os pesquisadores observaram que os relatos de resultados mais freqüentes indicavam que o contato com os animais aumenta o comportamento social e reduz a agitação dos pacientes com demência. Além disso, a terapia poderia melhorar o humor e a qualidade de vida e aumentar a saúde auto-relatada pelos pacientes.

De acordo com os pesquisadores, sintomas psicológicos e comportamentais, como agitação, agressividade e falta de atenção são comuns, mas as drogas têm efeitos limitados e os tratamentos não-farmacológicos, como musicoterapia, aromoterapia e terapia cognitiva, têm eficácia modesta. Porém, o estudo indicou bons resultados com a terapia com cães. “Apenas alimentar, cuidar e brincar com o cachorro melhora sua interação social, reduz a agitação e teria outros benefícios também, como reduzir a carga sobre os cuidadores”, destacam os autores. “E considerando que estamos enfrentando uma explosão nas taxas de demência com o envelhecimento da população, precisamos de todas as formas extras de ajudar a melhorar a vida de pacientes com demência”, concluíram.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Lapso de Memória e Redução do Volume Cerebral


Esquecer, de vez em quando, coisas como um compromisso ou o nome de um amigo pode indicar diminuição do cérebro, segundo estudo publicado, esta semana, na revista científica Neurology.
Avaliando o cérebro de quase 500 pessoas que relatavam esquecimento temporário, os pesquisadores descobriram que o tamanho de seu hipocampo – área cerebral importante para a memória e uma das primeiras a ser afetada pela doença de Alzheimer – eram algumas frações de milímetro menores do que o de pessoas que não tinham esses lapsos de memória.

“Essas ocasionais e subjetivas queixas de memória podem ser os primeiros sinais de problemas com a memória e com as habilidades de pensamento, e pudemos descobrir que essas queixas subjetivas de memória estavam ligadas a menores volumes cerebrais”, disse o neurologista holandês Frank-Erik de Leeuw, autor do estudo.

Porém, os especialistas lembram que, na maioria das vezes, esses esquecimentos ocasionais não são sinais iniciais de demência. Por isso, eles destacam que mais estudos são necessários para estabelecer uma possível conexão entre essas queixas, o tamanho do hipocampo e o desenvolvimento de doença de Alzheimer.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Estresse e Sedentarismo Contribuem Para o LER

Profissionais que passam o dia repetindo movimentos estão expostos a considerável risco de sofrer LER (lesão por esforço repetitivo). A repetição, porém, não é a única causa. O surgimento das lesões depende também da postura que a pessoa mantém no trabalho, dos intervalos periódicos que ela faz, da rotina de atividades físicas que ela pratica e até da disposição com que ela encara o desempenho da função.

"Quando a pessoa não gosta do trabalho que faz, pode ser que o corpo manifeste esse descontentamento, que a princípio é uma questão psíquica", conta o médico Ricardo Nahas, ortopedista do Hospital Estadual Ipiranga. Quem gosta da função que desempenha tem prazer em trabalhar e está menos sujeito a esse tipo de problema.

Mas, embora o estresse profissional possa acelerar as lesões, a repetição sem intervalos e a postura inadequada são os principais problemas. "Quem passa o dia repetindo o mesmo exercício precisa fazer intervalos", recomenda Luis Fernando Machado, ortopedista do Hospital Edmundo Vasconcelos. "O ideal é que, a cada 50 minutos de trabalho, a pessoa descanse por outros dez." Já quem tem o hábito de fazer atividades físicas regularmente corre menos risco de sofrer lesões.

O tratamento da LER inclui fisioterapia e medicamentos, mas o essencial é combater as causas do problema, alertam os médicos.

O que mais dói
Cabeça - 27%
Pescoço - 20%
Costas - 41%
Ombros - 22%
Braços - 19%
Punhos 15%
Dedos - 13%
Pernas - 33%
Pés - 18%

Classificação
As LER podem ser divididas por fases, conforme os sintomas específicos. Em 1984 surgiu uma classificação por estágios, de acordo com a execução do trabalho:
*Estágio 1: * Dor e cansaço nos membros superiores durante o turno de trabalho, com melhora nos fins de semana
Estágio 2: Dores constantes, sensação de cansaço persistente e distúrbio do sono. Incapacidade para certas funções simples
Estágio 3 : Dor, fadiga e fraqueza persistentes. Distúrbios do sono e presença de sinais no exame físico

Principais causas
Geralmente a LER é causada por movimentos repetitivos e contínuos. Esforço excessivo, má postura, estresse e más condições de trabalho contribuem para aparecimento das LER. Em casos extremos pode causar sérios danos aos tendões, dor e perda de movimentos. Entre as principais causas estão:
- Ambiente de trabalho desconfortável
- Atividades que exigem força excessiva com as mãos
- Posturas incorretas
- Repetição de movimentos
- Atividades esportivas que exigem grande esforço dos membros superiores
- Compressão mecânica das estruturas dos membros superiores
- Ritmo intenso de trabalho
- Jornada de trabalho prolongada ou dupla jornada

Sintomas
Em geral, dores nas partes afetadas, semelhante à dor de reumatismo. Há formigamentos e dores que dão a sensação de queimadura ou, às vezes, frio localizado

Medidas de prevenção
- Em casa, ao acordar, não abra mão de se espreguiçar. Repita esse movimento de alongamento do corpo durante o dia. Além disso, procure fazer exercícios
- Mantenha os punhos retos ao digitar
- Certifique-se de que seus dedos estejam abaixo do nível dos punhos
- Não apóie a palma da mão no teclado
- Tenha um apoio para os pulsos
- Abaixe o seu teclado ou compre um mais ergonômico
- Não segure um objeto na mesma posição por muito tempo
- Descanse as mãos por alguns minutos a cada hora
- Levante objetos usando toda a mão ou com as duas mãos

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Doença do Mau Humor Acontece Mais nas Mulheres

Se de uma hora para a outra, sem motivo aparente, você se pega reclamando de tudo e passa a maior parte do tempo de mau humor, com dificuldades em sentir prazer em atividades de rotina, sempre com cansaço e falta de energia, fique atento, você pode estar sofrendo de uma doença chamada distimia.

A distimia é um transtorno de humor, considerado um tipo de depressão leve que ocorre em cerca de 5% da população geral e acomete três vezes mais mulheres do que homens.

De acordo com Luiz Alberto Hetem, da Associação Brasileira de Psiquiatria, a doença se diferencia do mau humor comum, um sentimento que todos podemos sentir em diversos momentos de nossas vidas. "Na distimia, a pessoa fica mau-humorada, irritada, impaciente e com sintomas depressivos, como alteração no sono e no apetite, durante a maior parte do dia, por meses ou anos", afirma Hetem.

Para Ricardo Moreno, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, ficamos mau-humorados quando passamos por uma situação desagradável no trânsito, quando sentimos frio ou calor demais ou quando nos sentimos incomodados por alguma dor física. "O distímico é diferente, ele sente o mau humor, além de outros sintomas, sem motivo aparente e durante a maior parte do dia."

De acordo com os especialistas, os distímicos tendem a acreditar que o mau humor constante é apenas um traço de sua personalidade. "Por acreditarem que seu comportamento é normal, demoram a procurar ajuda", afirma Hetem. Para o psiquiatra, a demora em procurar um especialista pode levar os distímicos a uma depressão mais grave.

Os médicos afirmam que, em alguns casos, há possibilidade de cura. Em outros, porém, o tratamento é constante e sem previsão de término. "Isso depende de cada pessoa, mas o tratamento é feito por meio de medicamentos antidepressivos e psicoterapia, assim como em outros casos de depressão", conta Moreno

É comum passar por situações que provocam o mau humor. A irritação e a impaciência vêm, por exemplo, quando estamos presos no trânsito, com calor ou frio demais ou quando sentimos uma dor forte. Mas quando a rabugice é predominante na maior parte do tempo e está associada a outros sintomas é sinal de que é necessário procurar um médico, pois pode se tratar de distimia

Sintomas
- Mau humor que dura a maior parte do dia
- Cansaço ou sensação de falta de energia
- Preocupação excessiva
- Alteração no sono e no apetite
- Baixa auto-estima, irritabilidade, negativismo desânimo e melancolia
- Mesmo as atividades mais simples passam a exigir muito esforço
- Dificuldade de sentir prazer com o dia-a-dia
- Dificuldade para se concentrar, tomar decisões e acompanhar o ritmo dos colegas de trabalho
- Insatisfação constante e tendência a supervalorizar acontecimentos negativos

Quem pode ter
- Pessoas de todas as idades
- Acomete de duas a três vezes mais mulheres do que homens
- É mais comum entre jovens adultos (entre 25 e 35 anos)

Pode provocar
- Isolamento social
- Problemas conjugais e familiares
- Queda no desempenho profissional e escolar
- Abuso de drogas e alcoolismo

Tratamento
Na maioria dos casos o tratamento é feito com o uso de medicamentos antidepressivos e com psicoterapia

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sons Relaxantes Reduzem Pressão Sanguínea

Um estudo anual apresentado em um congresso da Associação Americana do Coração afirma que ouvir sons relaxantes pode ajudar a reduzir a pressão sanguínea em idosos hipertensos. O estudo, apresentado na 62ª Conferência para Pesquisa da Hipertensão, foi realizado na Universidade de Seattle e no centro cardiovascular da mesma cidade.

Durante quatro meses, três vezes por semana, um grupo de 41 idosos com hipertensão foi exposto a diferentes sons durante uma sessão de 12 minutos.Os participantes estavam divididos em dois grupos. O primeiro, formado por 20 pessoas, ouviu uma voz suave que lhes pedia para relaxar todo o corpo e respirar profundamente enquanto o som das ondas do mar soava ao fundo. O segundo grupo, com 21 idosos, escutou durante esse tempo uma sonata de Mozart. Os pesquisadores mediram as pressões sanguíneas sistólica e diastólica antes e depois de cada sessão.

Depois de quatro meses, nos dois grupos a pressão sistólica diminuiu 6,4% (de 141 a 132) no grupo que seguiu o programa de relaxamento, e quase 5% (de 141 a 134) no que ouviu Mozart. A pressão diastólica, por outro lado, não diminuiu significativamente em nenhum dos dois casos. A autora principal da pesquisa, a professora assistente da Universidade de Seattle Jean Tang, explicou que outros estudos sugerem que uma redução de 5 mmHg na pressão sistólica pode diminuir em 9% as mortes causadas por uma doença coronária e em 14% as relacionadas com derrame cerebral.

A pequena diferença entre os grupos, segundo Tang, pode ser a atenção dos participantes durante as sessões de audição. Entre os que escutaram música clássica, alguns possivelmente não relaxaram seus corpos. Os tratamentos deste tipo, baseados na audição de sons como os empregados neste estudo - conhecidos como binaurais, são utilizados com sucesso há anos para tratar de dores crônica ou no treinamento de atletas. Tang argumentou que o efeito benéfico deste tipo de tratamento - com sons binaurais - estaria no fato de que eles "regulam as ondas cerebrais para o nível alfa, com um efeito acalmante sobre os ouvintes que se concentrarem". Segundo ele, o método de relaxamento atua sobre o sistema nervoso parassimpático, que reduz a pressão sanguínea ao relaxar os vasos.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

42% Das Grávidas Têm Algum Tipo de DST

Pesquisa feita pelo Programa Nacional de DST e Aids, do Ministério da Saúde, com 3.303 mulheres grávidas, mostra que 42% apresentavam pelo menos uma DST (Doença Sexualmente Transmissível. A maior prevalência encontrada no grupo foi de HPV, doença que pode causar câncer no colo do útero. De acordo com os dados, 40,4% das 3.303 gestantes analisadas tinham o vírus e, na maioria dos casos, tratava-se de HPV de alto risco.

A maioria das gestantes do estudo (79%) tinha até 29 anos e encontrava-se em uma união estável (72,8%). Os questionários e exames foram feitos em mulheres que procuram os serviços de pré-natal do SUS (Sistema Único de Saúde). Para fazer o estudo, o Ministério da Saúde reuniu, entre 2004 e 2005, informações de 3.303 gestantes atendidas pelo SUS em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Goiânia e Manaus.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Fim da Gordura Trans é Voltar à Época da Banha

As indústrias rechaçam qualquer prazo para eliminar a gordura trans dos alimentos consumidos no país. O presidente da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação), Edmund Klotz, reage com ironia ao comentar os planos do Ministério da Saúde de ver, em pouco tempo, o Brasil livre da mais danosa das gorduras.

"Se for fixado um prazo para acabar com a gordura trans, vamos ter de criar porco de novo e voltar à velha banha", afirma Klotz. "Ainda não temos nada com um resultado final parecido com o dessa gordura."

Neste ano, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, convocou os fabricantes e defendeu o modelo do Canadá, que deu três anos para que o ingrediente fosse banido. "A nossa vontade é que, num curto prazo, nós possamos estar com 100% dos alimentos comercializados no Brasil sem gordura trans", afirmou.

O empenho do ministro se justifica pelos gastos com o tratamento dos brasileiros que comem mal. Cerca de 168 mil pessoas foram hospitalizadas em 2007 em decorrência de acidente vascular cerebral --uma das conseqüências do colesterol alterado--, o que custou R$ 118 milhões aos cofres públicos.

A indústria reagiu dizendo que os três anos são um prazo curto demais. "A substituição demanda testes e desenvolvimento de fórmulas", afirma Fabio Acerbi, diretor de assuntos corporativos da multinacional Kraft Foods.

Já há alternativas para a gordura trans, como os óleos de girassol e de palma. O problema é que são mais caros e não são produzidos em grande escala. "E ainda temos o desafio de manter o sabor. Se você está acostumado com o seu biscoito e de repente sente um gosto diferente, você muda de marca", diz Acerbi.

A gordura trans é ingrediente de boa parte dos alimentos industrializados. Está nos biscoitos, nos sorvetes, nas margarinas, nos requeijões, nas frituras, nos salgadinhos e até nas misturas para bolos. Surgiu como uma alternativa --acreditava-se-- mais saudável à gordura animal, por ser obtida de óleos vegetais. A gordura animal aumenta o LDL (o colesterol ruim) no sangue.

Mais que isso, a nova gordura foi amplamente adotada por ser pastosa, quase sólida, e não líquida. É o atributo que deixa a margarina cremosa e o biscoito crocante. Além disso, aumenta o prazo de validade e deixa o sabor mais agradável.

Nos anos 90, porém, estudos científicos descobriram que a gordura trans é extremamente prejudicial à saúde. Mais até que a gordura animal. Além de aumentar o LDL, reduz os níveis de HDL (o colesterol bom). A OMS recomenda que um adulto não consuma mais que dois gramas de gordura trans por dia -quantidade que se alcança comendo três biscoitos recheados de morango.

Diante dos malefícios, a própria indústria tratou de reduzir os teores. No Brasil, o grande movimento se deu em 2006, depois que a Anvisa tornou obrigatória a indicação, nas embalagens, da quantidade de gordura trans. Foi então que os brasileiros se deram conta dos excessos.
"Dois ou três anos atrás, estivemos no consumo máximo de gordura trans. Agora a indústria está cautelosa", afirma a nutricionista Liandra Freitas Marquez Bernardes, da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Parceiros X Pais

Um estudo realizado por pesquisadores húngaros sugere que as mulheres têm tendência a escolher parceiros parecidos com seus pais fisicamente. A pesquisa, publicada na revista especializada Proceedings of the Royal Society Biological Sciences, diz que também os homens preferem mulheres que se assemelham às suas mães.

O estudo realizado por especialistas da Universidade de Pécs pretende dar novas evidências de um fenômeno conhecido como "impressões sexuais". Nos testes, os pesquisadores húngaros mediram as feições de 312 pessoas de 52 famílias e compararam com os de seus parceiros. Eles encontraram semelhanças significativas entre os traços faciais de genros e sogros, especialmente na região central do rosto, que compreende nariz e olhos.

As noras também tinham feições parecidas com as de suas sogras, principalmente na área dos lábios e maxilar. "Nossa pesquisa sustenta a hipótese das impressões sexuais, segundo a qual as crianças moldam um modelo de seus pais e buscam um parceiro que se encaixe nele", disse o coordenador da pesquisa Tamas Bereczkei. Estudos anteriores haviam sugerido que mulheres podem usar seus pais como padrão para escolha de seus parceiros mesmo quando elas são adotadas, o que sugere que a influência é determinada pela convivência e não pelos genes. Esta conclusão levou a uma outra pesquisa, que indicou que "as impressões sexuais" se perdem quando mulheres não têm bom relacionamento com seus pais.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Naturalmente Egoístas

Uma pesquisa científica comprovou o que toda mãe já sabe: antes dos sete anos, toda criança é um monstrinho egoísta. Só depois dessa idade é que os pequenos aprendem a importância de dividir e passam a levar em consideração os sentimentos dos outros. O estudo mostra duas coisas: primeiro, antes desta idade é perda de tempo convencer seu filho a dividir o brinquedo; segundo, os seres humanos são “programados” para serem generosos.

A mudança geralmente ocorre entre os sete e oito anos. E é tão repentina que os cientistas acreditam que só poderia ser explicada pela genética. De uma hora para a outra o mesmo menino que não emprestava o carrinho para irmão de jeito nenhum começa a entender os prazeres de brincar junto.

O trabalho, publicado na revista “Nature” desta semana, ajuda os pesquisadores a responder uma pergunta antiga: somos generosos porque simplesmente somos ou aprendemos isso depois de viver em sociedade?

Para responder, os pesquisadores da Universidade de Zurique, na Suíça, acompanharam 229 crianças entre três e oito anos, enquanto elas participavam de três jogos. Em cada um, uma criança recebia a foto de outra e tinha duas opções sobre como dividir seus doces.

No primeiro, ela podia guardar uma pequena porção para si e daí ou dar o resto ou simplesmente não dar nada para o outro. Na segunda, ela podia ou dar duas porções para o colega, ou ficar com uma para si e dar uma para o outro. Na terceira, podia ficar com duas porções, dar uma para o amigo ou dar as duas.

A descoberta? Entre três e quatro anos, as crianças só pensam nelas mesmas e não têm consideração nenhuma pelo outro. Menos de 10% delas dividiram os doces igualmente no primeiro teste. A coisa não melhora muito entre os cinco e seis anos de idade. Basta chegar aos sete e oito, no entanto, e quase 80% das crianças escolheram dividir por igual os doces no primeiro jogo. No terceiro, 40% delas se recusou a deixar o outro sem nada. É claro que a generosidade tem limites – principalmente quando envolve crianças e doces. No segundo jogo, mesmo as mais velhas se recusaram a dar tudo para o colega e ficar sem nada.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Cesariana Aumenta Risco de Diabetes em Bebês

Bebês que nascem por cesariana têm 20% mais chances de desenvolver diabetes tipo 1, indica uma pesquisa publicada na revista científica PubMed. Os pesquisadores da Queen's University, em Belfast, na Irlanda do Norte, revisaram 20 estudos já publicados sobre crianças nascidas por cesárea que sofrem de diabetes tipo 1.

Os resultados indicam que esse tipo de parto contribui para um aumento de 20% no risco do bebê se tornar diabético. Segundo os pesquisadores, esse aumento não pôde ser explicado por nenhum outro fator como peso da criança no nascimento, idade da mãe, diabetes na gestação ou aleitamento materno.

De acordo com Chris Cardwell, que liderou o estudo, é provável que esse aumento ocorra porque os bebês que nascem por esse método são expostos primeiro à bactéria proveniente do hospital, e não da mãe. O risco normal de um bebê desenvolver a diabetes do tipo 1 é de três para cada 1 mil crianças.

De acordo com Iain Frame, diretor de pesquisa da ONG Diabetes UK, que trabalha com pacientes diabéticos, as mães devem levar esse risco em consideração quando há escolha pelo tipo de parto.

"Já sabemos que a genética e as infecções infantis têm um papel importante no desenvolvimento da diabetes tipo 1 em crianças, mas os resultados desse estudo indicam que o modo como o bebê nasce pode afetar as chances de desenvolver essa condição", afirmou o diretor. Segundo ele, são necessárias mais pesquisas nessa área para descobrir a relação entre a cesariana e o risco de desenvolver a diabetes tipo 1.

Um levantamento encomendado pelo Ministério da Saúde do Brasil e divulgado em maio deste ano, usou dados de 2006 e indica que a cesariana representa 43% dos partos realizados no setor público e no privado. Entre as mulheres que utilizam planos de saúde, esse percentual é ainda maior e chega a 80%. No Sistema Único de Saúde (SUS), 26% dos partos são cesáreas.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Hiperatividade e Esporte

O grande recordista olímpico e mundial da natação Michael Phelps, 23 anos, além de conseguir as oito medalhas de ouro nas Olimpíadas de Beijing, sendo considerado o maior nadador de todos os tempos, questiona também a chamada desordem por déficit de atenção e hiperatividade. Na infância Phelps foi diagnosticado com ADHD ou em inglês, attention deficit hyperactivity disorder, tendo inúmeras frustações na escola, uso da medicação Ritalin, além de outros problemas.

Quando no jardim de infância e no mesmo instante em que seus pais se separavam, de acordo o jornal New York Times, sua professora se queixou para sua mãe, Debbie, dizendo que Michael não podia ficar sentado quieto, estava sempre inquieto e sem um foco determinado. Talvez ele estivesse chateado, dizia a professora, e ela continuava afirmando que Phelps não era um presente. E completava dizendo que o filho de Debbie, jamais teria um foco em alguma coisa. Estas famosas frases o tornaram com uma extrema dedicação na natação, sendo sempre muito focado nos exercícios, e talvez tentando provar alguma coisa e sempre com o apoio incondicional da sua mãe, também uma professora.

Diagnosticado com ADHD, Michael passou dois anos tomando Ritalin, um estimulante, exatamente para conter a hiperatividade. Mas aos 11 anos ele decidiu não mais tomar a medicação e sua mãe resolveu então, canalizar sua energia para os pesados treinos de natação e a disciplina das competições. Evidentemente, que nem todos serão campeões olímpicos, mas a discussão sobre o uso de Ritalin está apenas começando. Nos EUA, em algumas escolas primárias, perto de 30% dos alunos são diagnosticados com ADHD.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Homens Polígamos Vivem Mais

Um estudo de pesquisadores britânicos observou que homens de países que permitem a poligamia - o casamento com mais de um parceiro - vivem em média mais que aqueles que vivem em países onde a prática é proibida.

Cientistas da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, perceberam que homens acima de 60 anos de 140 países poligâmicos têm uma expectativa de vida em média 12% maior que a de homens de 49 nações monogâmicas.

Os dados, obtidos a partir de relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS), foram calculados de maneira a desconsiderar fatores socioeconômicos nos diferentes países.

As conclusões foram apresentadas pela coordenadora da pesquisa, Virpi Lummaa, em um encontro internacional de estudos de comportamento em Ithaca, Nova York (EUA), e reproduzidas em reportagem da revista New Scientist.

Em sua exposição, a pesquisadora tentou encadear explicações para este fenômeno. Teorias sobre a longevidade humana procuram explicar por que homens e mulheres vivem tanto. No caso das mulheres, a questão é entender por que a longevidade se estende muito além do fim do ciclo reprodutivo, encerrado na menopausa.

Algumas pesquisas apontam para o 'efeito avó', afirmando que a chegada de netos serviria de estímulo para a longevidade das mulheres. Além disso, a chegada da menopausa permitira que se evitasse uma "concorrência" entre gerações de fêmeas.

No caso dos homens, os pesquisadores descartaram a existência de um "efeito avô" semelhante. Em vez disso, a longevidade se explicaria pelo fato de machos da espécie humana continuarem férteis mesmo em idades avançadas, disse Virpi Lumma. Isto é exacerbado em culturas poligâmicas, nos quais homens têm filhos com diversas mulheres, em geral de diferentes idades.

A revista New Scientist destacou ainda que as explicações poderiam ser genéticas tanto quanto sociais. Por um lado, homens que continuam a ter filhos aos 60 ou 70 anos podem ser levados a tomar mais cuidado com sua própria saúde, já que têm mais bocas para alimentar, afirmou a revista.

Por outro lado, milhares de anos de evolução podem ter selecionado homens com maior longevidade em países poligâmicos. Um pesquisador ouvido pela revista, Chris Wilson, antropólogo na Universidade de Cornell, em Ithaca, destacou também a influência que pode ter o cuidado de diversas mulheres cujo status social depende da boa saúde do seu marido.

"Não me surpreende que homens nessas sociedades vivam mais que homens em sociedades monogâmicas, onde eles ficam viúvos e ninguém cuida deles."

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Corpos Simétricos São Mais Atraentes

Uma estrutura corporal simétrica é considerada mais atraente para o sexo oposto, sugere um estudo realizado em Londres e publicado na edição desta semana da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Segundo a pesquisa, a simetria do corpo pode ser um sinal de saúde genética e, em termos evolutivos, pode ter um papel importante na escolha de um parceiro. "Acredita-se que a atração entre os humanos é resultado da qualidade dos genes e do fenótipo. Em outras palavras, os humanos buscam um parceiro que possa contribuir da melhor forma para a qualidade de sua prole", disse William Brown, da Universidade de Brunel, que liderou o estudo.

Segundo ele, as proporções corporais, a forma e a estatura são "sinais que demonstram claramente seu bom desenvolvimento ou saúde e, portanto, o seu nível como parceiro reprodutor atraente".

Para realizar o estudo, os cientistas utilizaram um aparelho que faz uma espécie de ultra-som em três dimensões e é capaz de medir com precisão as proporções do corpo humano. A equipe pediu para que 77 pessoas - 40 homens e 37 mulheres - fizessem o ultra-som usando apenas as roupas íntimas. O equipamento faz as medidas do corpo e produz uma imagem em 3D. Essas imagens foram montadas em um vídeo no qual os corpos aparecem em 360 graus, em cor neutra e com as cabeças cortadas para que outras características físicas não influenciassem na avaliação.

Os vídeos foram então mostrados a 87 voluntários que avaliaram cada corpo com relação ao grau de atração que despertava. De acordo com os resultados, os corpos mais simétricos foram avaliados como mais atraentes tanto para homens quanto para mulheres.

Os homens se sentiram mais atraídos por corpos "menos masculinizados" - ou seja, mulheres de altura mais baixa, ombros pequenos, seios grandes e pernas longas. Em contrapartida, homens altos, com ombros largos e pernas mais curtas em comparação à parte superior do corpo foram considerados os mais atraentes entre as mulheres.

"Em resumo, o tamanho e forma do corpo parecem estar relacionados com a seleção sexual e fornecem informações importantes sobre a qualidade do fenótipo dos indivíduos", diz o estudo.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Obesidade 'Nem Sempre Faz Mal à Saúde'

Dois estudos publicados nesta segunda-feira pela revista especializada Archives of Internal Medicine afirmam que nem toda obesidade significa problemas de saúde, e que é possível ser obeso e saudável. Segundo um dos estudos, liderado pelo médico Norbert Stefan, da Universidade de Tubingen, na Alemanha, é possível ser obeso mas não apresentar resistência à insulina nem sinais de arterioesclerose precoce - que sinalizariam problemas cardíacos e risco de diabetes do tipo 2.

No estudo, Stefan e sua equipe analizaram a gordura de 314 pessoas, divididas em quatro grupos: com peso normal, acima do peso (com índice de massa corporal até 29,9), obesos sensíveis à insulina e obesos resistentes à insulina. Os cientistas mediram a gordura corporal, visceral, (em torno do abdômen) e subcutânea, com exames de ressonância magnética, e ainda mediram os níveis de gordura no fígado e nos músculos.

Eles concluíram que, enquanto a gordura abdominal é um forte indicativo de resistência à insulina (um dos sinais de risco da diabetes) nos pacientes de peso normal, ou acima do peso, ela não tem tanta importância para determinar os riscos dos pacientes obesos. Enquanto que os dois grupos de obesos apresentavam semelhantes níveis de gordura abdominal, o grupo resistente à insulina apresentou níveis de gordura muscular e no fígado muito mais altos do que os obesos sensíveis à insulina, que não apresentam maiores riscos de saúde.

Os cientistas concluíram ainda que entre os obesos sensíveis à insulina, o nível de sensibilidade era equivalente ao dos pacientes com peso normal. Os dois grupos apresentaram também equivalentes espessuras das paredes de suas artérias, afirmando que existe um fenótipo de obesidade benigna. Stefan afirma que não defende a obesidade, mas sim um exame mais detalhado dos obesos, que meça a gordura no fígado e nos músculos, para identificar os riscos reais.

No outro estudo, a equipe liderada pela médica Rachel Wildman, do Albert Einstein College of Medicine, em Nova York, estudou dados de 5.440 pacientes com fenótipos diferentes para medir até que ponto a gordura é fator determinante de problemas de saúde. O estudo analisou dados coletados entre 1999 e 2004 de pessoas com peso normal, acima do peso e obesas, com e sem anomalias cardio-metabólicas (que incluem pressão alta, nível elevado de triglicerídeos e o chamado "bom colesterol").

Os resultados mostraram que 23,5% dos adultos de peso normal apresentavam anomalias, enquanto que 51,3% dos adultos acima do peso e 31,7% dos obesos eram saudáveis "metabolicamente". Entre os fatores associados aos problemas de saúde dos adultos com peso normal, estavam a idade avançada, baixos níveis de atividade física e maior circunferência da cintura. Os pacientes obesos e acima do peso que não apresentavam problemas metabólicos tendiam a ser mais jovens, de etnia negra, mas não hispânica, com altos níveis de atividade física e menor circunferência da cintura.

Segundo o estudo, o resultado mostra que há uma proporção considerável de adultos obesos e acima do peso considerados saudáveis, ao mesmo tempo em que uma considerável proporção de adultos de peso normal apresenta problemas de saúde normalmente ligados à obesidade. A cientista afirma que "são necessários novos estudos sobre mecanismos comportamentais, hormonais, bioquímicos e genéticos que estão por trás dessas diferentes respostas metabólicas ao tamanho do corpo", e poderão, no futuro, ajudar na criação de métodos para identificar pacientes em risco.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Envelhecimento Feminino e Demência

Embora as mulheres tendam a viver mais que os homens, novas pesquisas sugerem que, depois dos 90 anos, elas têm maiores chances de sofrer de demência do que os homens da mesma idade. Um estudo na edição atual do jornal "Neurology" examinou 911 americanos nonagenários e descobriu que 45% das mulheres tinham demência, comparado a 25% dos homens. As taxas de demência entre as mulheres com mais de 90 dobra para cada cinco anos adicionados à sua idade, enquanto os homens não apresentaram aumento nessas taxas à medida que ficavam mais velhos.

O estudo usou diferentes métodos para determinar se as pessoas tinham demência dependendo das informações disponíveis, incluindo exames, testes neuropsicológicos e questionários. Os pesquisadores fizeram análises dividindo os dados pelo tipo de diagnóstico utilizado, mas ainda descobriram que a demência era predominante entre as mulheres. As pessoas estudadas eram quase todas brancas e de status educacional e socioeconômico relativamente alto.

“Considerando que encontramos mais mulheres do que homens dessa idade com a doença, deduzimos que as mulheres vivem mais com a doença,” diz Maria M. Corrada-Bravo da Universidade da Califórnia, em Irvine, autora-chefe do estudo.

“Com um número crescente de pessoas atingindo idades avançadas, especialmente mulheres,” acrescentou Corrada-Bravo, “estamos vendo basicamente que teremos milhões e milhões de pessoas com essa condição.”

terça-feira, 29 de julho de 2008

Bebês e a Obesidade

Deixar o bebê aos cuidados de uma babá, dos avós ou de uma creche é necessidade de muitos pais. Mas a prática torna essas crianças muito mais suscetíveis a problemas de sobrepeso, segundo um estudo publicado na edição de julho da revista da Associação Médica Americana. O trabalho tem caráter inédito, sendo o primeiro a relacionar o ganho de peso no primeiro ano de idade das crianças ao perfil de quem cuida delas.

De acordo com os especialistas, os pequenos que ficam algum tempo longe dos pais acabam comendo demais e em horários desregrados, além de deixarem de ser amamentados mais cedo do que o recomendado até os seis meses de idade, é indicado que o bebê só se alimente com o leite materno. O estudo acompanhou a rotina de 8.150 crianças, sendo que mais da metade delas passava parte do dia longe dos pais.

E os resultados não deixam dúvidas: 40% das crianças que precisaram ir para uma creche antes e completar três meses deixaram de ser alimentadas com leite materno e começaram a comer papinhas antes das outras, que permaneceram só na companhia dos pais nesta fase.

Uma escolha que se reflete no peso: as crianças mantidas em creches tinham, em média, 175g acima daquelas que não precisaram desse tipo de recurso. Já os bebês que passavam parte do dia com algum parente apresentavam 162g além daqueles que só foram cuidados pelos pais. Apesar de parecer pouca coisa, os números preocupam porque o peso além dos padrões no primeiro ano de idade está diretamente associado a casos de obesidade, desenvolvidos ao longo da infância e mesmo na idade adulta.

A falta de regras na infância acaba acostumando a criança a comer mesmo quando não tem fome, afirma o cirurgião do aparelho digestivo, Carlos Domene, do Hospital 9 de Julho. Outro erro comum, de acordo com ele, é forçar os pequenos a se alimentarem. Se a comida não for suficiente, ela vai pedir mais, não precisa ficar insistindo. E quando ela recusar, respeite sem oferecer nada nos intervalos entre as refeições. Assim, a fome surge na hora certa.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Cresce o Número de Infartos Entre Jovens

Estressados, fumantes, sedentários e comendo mal, jovens na faixa etária entre 20 e 40 anos estão sofrendo mais infartos do miocárdio. Nos principais hospitais cardiológicos de São Paulo, eles representam, em média, 12% dos casos. Há dez anos, não passavam de 6%. Nos EUA, o índice médio de infartos em jovens é de 4%.

Não há no país uma estatística consolidada sobre esses casos, mas eles já fazem parte da rotina dos maiores serviços de emergência da capital paulista. "Antigamente, a gente fazia festa quando chegava um infartado com menos de 40, era uma curiosidade entre os médicos. Hoje, ninguém mais estranha, virou algo comum", diz o cardiologista Marcelo Ferraz Sampaio, responsável pela sessão de biologia molecular do Instituto Dante Pazzanese.

A cada dez dias, Sampaio atende a pelo menos um paciente que infartou antes dos 40 anos. "Há dez anos, era um por mês", lembra. O médico fez a primeira pesquisa científica do país sobre infarto em jovens --foi publicada em revista científica internacional e ganhou prêmio-- e constatou que eles representavam 11% dos atendimentos no Dante Pazzanese.

Em dois anos, o cardiologista avaliou 249 infartados com idades entre 17 e 40 anos, 60% deles com menos de 30 anos. A maioria (60%) era homem. "Hoje o jovem está no mercado de trabalho muito cedo, passa por um estresse grande."

Um fato que chamou a atenção do médico foi a alta incidência de fumantes entre esses jovens: 91%. "Esse foi o principal fator de risco, além dos antecedentes familiares [presentes em 45% dos infartados]. É muito difícil encontrar um jovem que infartou e que não fume. E o pior é que vemos jovens de 12, 13 anos fumando."

No HCor (Hospital do Coração), os infartados abaixo de 40 anos já respondem por 20% dos casos, e as características dos pacientes são semelhantes às do Dante Pazzanese: jovens fumantes, com histórico familiar de doença coronariana, muitos obesos, sedentários e estressados.

Só o cardiologista Ricardo Pavanello, supervisor de cardiologia do HCor, atendeu recentemente a três casos de jovens infartados. Ele explica que a ocorrência nesse público também pode estar relacionado ao uso da cocaína.

O cardiologista Marcelo Knobel, coordenador da unidade coronariana do Hospital Albert Einstein, relata que, recentemente, atendeu a um rapaz de 33 anos, usuário crônico de cocaína, e ficou impressionado com o estado das coronárias. "O padrão é como se fosse de um idoso de 70 anos".

No InCor (Instituto do Coração), o que chamou a atenção do cardiologista Múcio Tavares, diretor do serviço de emergência, foi o aumento de infartos entre as mulheres -14% contra 6% entre homens. "As mulheres também estão expostas aos mesmos fatores de risco dos homens e, ainda por cima, usam anticoncepcionais, que podem aumentar as chances de eventos cardíacos", disse.

A boa notícia é que o infarto em jovens tende a matar menos porque, em geral, o coração deles é mais "saudável" e ainda não sofre de co-morbidades que afetam os mais velhos, como a diabetes e a hipertensão.

Tavares diz que no InCor o índice de mortalidade entre os jovens não chega a 1% -contra 10%, em média, no público acima de 50 anos. Mas é preciso levar em conta que em 50% dos casos as pessoas morrem antes de chegar ao hospital.

A má notícia é que o infarto deixa uma cicatriz no coração. "O jovem fica seqüelado. Tem redução da função ventrilar, diminui a contratividade, o coração bate mais fraco. E essa marca é para o resto da vida", alerta o cardiologista Sampaio.

Não largar o cigarro pode triplicar as chances de o jovem sofrer um novo infarto, revela um estudo grego com infartados abaixo de 35 anos, em que 95% dos infartados jovens fumavam. Desses, 55% continuaram fumando e 32% sofreram novo infarto em um ano.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Internações Por Pneumonia Aumentam no Inverno

Infecções respiratórias aumentam em até oito vezes a procura de atendimento médico durante o inverno. Idosos são os que mais sofrem com a doença. De acordo com especialistas, o clima frio do inverno e as mudanças bruscas de temperatura contribuem para o aumento de seis a oito vezes da procura de pacientes com infecções respiratórias - como gripe e pneumonia - aos prontos socorros e consultórios médicos.

Segundo o DATASUS (Banco de dados do Sistema Único de Saúde) são estimados cerca de 2,1 milhões de casos de pneumonia no Brasil todos os anos. A doença é a principal causa de internação hospitalar (mais de 960 mil por ano) e a quinta causa de morte.

Entre as opções para combater o problema, um novo estudo com Avalox® (moxifloxacino), da Bayer Schering Pharma, comprovou a eficácia do medicamento em pacientes com pneumonia e indicação de tratamento hospitalar (estima-se que pelo menos 20% das pessoas com pneumonia necessitam de internação). As pneumonias são infecções que acometem os pulmões, mais especificamente os alvéolos - onde ocorre a troca gasosa - que se enchem de pus, muco e outros líquidos, o que impede o seu funcionamento adequado.

A doença é causada por bactérias, vírus, fungos e outros microorganismos infecciosos, sendo que a pneumonia bacteriana é a mais comum e atinge mais de 50% dos pacientes. A causa mais comum em adultos é a bactéria Pneumococo. Quando as defesas do organismo enfraquecem, as bactérias que causam a pneumonia podem ser aspiradas pelo ar ou contato com gotículas de saliva e secreções contaminadas.

O tratamento da pneumonia requer o uso de antibióticos como o moxifloxacino, da Bayer Schering Pharma, e a vacina contra a gripe pode ser utilizada como método preventivo, principalmente em idosos. De acordo com o novo estudo, uma dose diária de Avalox® (moxifloxacino) oferece o mesmo efeito dos tratamentos tradicionais realizados com drogas combinadas, duas vezes ao dia.

"Uma vez estabilizada a doença, o paciente pode receber mais rapidamente o medicamento oral, na mesma dosagem da versão intravenosa. Este benefício reduz o tempo de internação e acelera a recuperação do paciente", destaca Alex Macedo da Silva, mestre em Pneumologia pela Unifesp, professor de Pneumologia da Unimes (Universidade Metropolitana de Santos) e da Unilus (Centro Universitário Lusíada).

Denominado MOTIV (Moxifloxacin Treatment) e apoiado pela Bayer Schering Pharma, o estudo clínico teve como objetivo avaliar a eficácia do moxifloxacino no tratamento da pneumonia com indicação de internação hospitalar. Os resultados demonstraram que o moxifloxacino, administrado em dose diária de 400mg nas versões intravenosa e oral, é tão eficaz quanto a terapia combinada convencional que exige a administração de duas doses diárias de ceftriaxone 2g e levofloxacino 500 mg. "As taxas de recuperação clínica foram similares nos dois grupos de pacientes, o que demonstra a boa eficácia do moxifloxacino nesses pacientes", explica o pneumologista.

O antibiótico apresenta também melhor custo-benefício. "Por ser um medicamento de dose única diária, contribui para a redução dos custos do tratamento, tanto para o paciente quanto para o hospital", conclui o médico. O estudo clínico comparativo acaba de ser publicado na revista Clinical Infectious Diseases.

O trabalho foi conduzido por três comitês independentes de especialistas internacionais, envolvendo 569 pacientes e 60 centros de pesquisa de 17 países da Europa, América Latina e África do Sul. Apesar de diversos estudos demonstrarem a eficácia do moxifloxacino no tratamento de pacientes com pneumonia adquirida na comunidade, este é o primeiro grande estudo com pacientes indicados para tratamento hospitalar.

Saiba mais · Dados do Ministério da Saúde revelam que o maior número de internações e óbitos por pneumonias ocorre nas idades extremas, isto é, crianças e idosos acima e 60 anos. Os idosos têm 20 vezes mais chance de contrair a pneumonia do que os jovens. Isso ocorre devido ao sistema imunológico debilitado e a presença de outras doenças comuns na terceira idade como diabetes, problemas cardíacos, no rim e outras.

Segundo o DATASUS, a mortalidade em conseqüência da pneumonia atinge 10 em cada 10 mil idosos entre 60 e 69 anos e essa incidência aumente de 65 para cada 10 mil pacientes com mais de 70 anos. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença são gripes, resfriados, doenças alérgicas, alterações bruscas da temperatura e da umidade do ar, grande concentração de pessoas em ambientes fechados com circulação de ar prejudicada, além do consumo excessivo de álcool e do fumo. Os principais sintomas da pneumonia são febre alta, tosse com secreção, dor no tórax, alterações da pressão arterial, mal-estar, falta de ar e respiração ofegante, prostração, suor intenso, calafrio e tremores, falta de apetite.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Benefícios da Música nos Pacientes

Estudos garantem que a música potencializa a reabilitação de pacientes em casos de doenças degenerativas do cérebro, como Parkinson e Alzheimer, melhora a coordenação motora de deficientes físicos e estimula a liberação de substâncias como a dopamina e serotonina, que proporcionam sensação de prazer e bem-estar.

Pesquisa realizada pela Cleveland Clinic Foundation, nos Estados Unidos, e divulgada pelo Journal of Advanced Nursing comprova que ouvir música pode ter efeitos benéficos no tratamento de dores crônicas. Os cientistas testaram a utilização de música em 60 voluntários, que há mais de seis anos vinham sofrendo com osteoartrite, problemas de hérnia de disco e artrite reumática, e constataram uma redução dos níveis de dor em 21%.

O índice dos que sentiam depressão em conseqüência da dor crônica diminuiu 25%. Entre os participantes que ouviam música, 50% eram capazes de escolher suas músicas favoritas e os demais podiam escolher a partir de uma lista de cinco fitas relaxantes oferecidas pelos pesquisadores.

O estudo anterior, publicada no mesmo jornal, já havia revelado que ouvir música suave durante 45 minutos antes de dormir pode aumentar o sono em até um terço.

Ao receber o diagnóstico de esquizofrenia, há 30 anos, a paulistana Maria Inês Quintas recebeu também um presente: a oportunidade de voltar a cantar e tocar violão. Na adolescência, foi aluna de Dona Mary Buarque de Holanda, "tia do Chico", frisa a aposentada. O casamento veio aos 20 anos e, durante uma década, dedicou-se aos filhos e ao marido, que não gostava de vê-la cantar e tocar. "Foram dez anos sem música, mas o meu médico disse que era algo importante para eu seguir a vida e foi ótimo".

Hoje ela freqüenta o grupo de acompanhamento de pacientes esquizofrênicos do Hospital São Paulo, ligado à Universidade Federal Paulista. Duas vezes por semana, Maria Inês toca violão e canta para os colegas de grupo.

No caso dos idosos, a música tem o papel de resgatar emoções - amores vividos, o nascimento dos filhos, lugares visitados e de a pessoa reconstruir sua história, além de servir de mote para encontros com amigos.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Sonolência Excessiva

A Hipersonia ou Sonolência Excessiva, é um distúrbio onde a pessoa possui dificuldade para se manter acordada durante o dia. As pessoas que sofrem de Hipersonia podem cair no sono a qualquer momento, inclusive enquanto estão dirigindo. Os pacientes afetados pela Hipersonia também apresentam outros sintomas relacionados à privação de sono, incluindo falta de energia para as atividades diárias e dificuldade de raciocínio e concentração.

Estudos recentes sugerem que a Hipersonia afeta até 40% das pessoas em algum momento de suas vidas. As principais causas de Hipersonia incluem:
- Narcolepsia
- Apnéia obstrutiva do Sono
- Obesidade- Alcoolismo
- Traumas na cabeça ou doenças neurológicas (ex.: esclerose múltipla)
- Uso regular de tranqüilizantes
- Problemas genéticos

Como a Hipersonia é diagnosticada?
O primeiro passo é a consulta médica. A partir dos dados colhidos na consulta e da avaliação do seu padrão de sono, o médico poderá levantar a possibilidade de Hipersonia e solicitar alguns exames complementares. Os principais testes a serem realizados incluem exames de sangue, tomografia computadorizada do crânio, eletroencefalograma e Polissonografia.

Como é feito o tratamento?
O tratamento da hipersonia pode ser feito com medicamentos estimulantes, antidepressivos e mudanças em certos hábitos (p.ex.: estabelecer horários fixos para dormir e acordar; evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cafeína, especialmente à noite; preparar melhor o ambiente do quarto na hora de dormir, cortando televisão e luzes muito fortes, etc).

É importante informar seu médico sobre todo e qualquer medicamento que você estiver utilizando, uma vez que alguns remédios podem causar sonolência durante o dia ou interferir com a qualidade do seu sono à noite.

Se a hipersonia tiver como causa a Apnéia Obstrutiva do Sono, o médico poderá prescrever um tratamento chamado Pressão Positiva Contínua das Vias Aéreas, ou CPAP (do inglês continuous positive airway pressure), que consiste no uso de uma máscara sobre o nariz durante o sono. Uma máquina pressurizadora é conectada à máscara, fornecendo um fluxo contínuo de ar pelas narinas, mantendo as vias aéreas abertas.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Mulheres Idosas e o Câncer de Mama

Quanto mais idade, maior a chance de uma mulher ter câncer de mama. Com o aumento da expectativa de vida da população brasileira, cresceu o número de mulheres idosas que podem ter a doença. Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de mama é uma das principais causas de morte em mulheres no país. O ideal e mais importante, na avaliação dos especialistas, é o diagnóstico precoce.

O tumor no organismo das mulheres com mais de 65 anos é menos agressivo do que nas mulheres mais jovens. "O tumor depende do estrógeno para se desenvolver. Nesta faixa etária a produção (do estrógeno) já é bem mais lenta e por isso a doença é menos agressiva", explica Edgar Navarro, mastologista do Hospital São Luiz. Segundo José Roberto Filassi, mastologista e chefe do ambulatório de mastologia do Hospital das Clínicas, a incidência de câncer de mama é entre os 50 e 75 anos. "Isso mostra que o organismo da mulher é saudável e conseguiu vigiar bem, ou seja, a genética é boa", diz.

Um dado importante e ao mesmo tempo desanimador é que não há prevenção quando se trata de câncer de mama. "Ele aparece, não tem como evitá-lo", afirma Navarro. Os especialistas destacam que o diagnóstico precoce, através da mamografia, ainda é a principal arma para combater a doença. De acordo com Navarro, o exame feito anualmente reduz em 25% a mortalidade das mulheres com mais de 50 anos. "O melhor exame hoje é rastreamento, que é, basicamente, a realização de exames antes que o tumor se torne sintomático. A chance de cura é extremamente alta", completa Filassi.

Navarro afirma que o tratamento do câncer de mama nas mulheres com mais de 65 anos é exatamente igual ao aplicado nas mulheres mais jovens. "Dentro de alguns princípios básicos, pois nessa faixa etária há uma incidência maior de diabetes, pressão arterial mais elevada, obesidade", diz. "Às vezes nem é preciso realizar a quimioterapia ou radioterapia.

A paciente recebe apenas uma terapia de remédios, que é aplicada durante cinco anos para eliminar qualquer risco ou chance de ter novamente a doença", ressalta Filassi.Um debate que gera muitas discussões tanto entre a classe médica como entre as mulheres é a influência da reposição hormonal. Muitos acreditam que ela aumenta a chance de surgir o câncer de mama. Mas Navarro contesta: "As mulheres fazem a reposição hormonal entre os 50 e 55 anos. E ela é feita durante cinco anos, ou seja, é realizada no máximo até os 60 anos.

Portanto, mulheres com 65 anos não estão na faixa de realizar o procedimento." E faz um alerta: "Hoje em dia e futuramente vamos detectar cada vez mais o câncer de mama em mulheres mais velhas por causa do aumento da expectativa de vida da população".

sábado, 21 de junho de 2008

Alivie a Congestão Nasal

A combinação de clima frio e baixa umidade deixa o organismo mais vulnerável a gripes, resfriados, alergias e outras doenças que atingem direto o sistema respiratório. Só para ter uma idéia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as epidemias anuais de gripe contaminam de 5% a 15% da população mundial. Ou seja, boa parte das pessoas sofre dos males típicos do inverno.

Além da febre, dor de garganta e no corpo, um dos sintomas mais incômodos é a congestão nasal, que deixa o nariz obstruído, a respiração prejudicada e a cabeça dolorida por causa do muco estagnado. Algumas pessoas nem conseguem dormir ou realizar tarefas do dia-a-dia por causa desses problemas das doenças de inverno e, por isso, enchem o organismo com medicamentos e tratamentos fortes que muitas vezes são apenas paliativos.

Se você é daqueles que fogem dos remédios que eliminam apenas os sintomas, o Yoga é uma alternativa para ajudar no tratamento dos problemas respiratórios. Por trabalhar muito com a respiração, a prática ajuda a purificar as vias aéreas e aliviar a congestão. “A prática libera correntes de energia que melhoram o sistema respiratório”, comentou a professora Cláudia Ruschel Lima, do Espaço Yoga Shiva, em São Paulo. Mas é preciso ter atenção redobrada, pois alguns pranayamas e asanas não são indicados para quem sofre desses problemas. “Tome cuidado com as posturas invertidas, porque elas podem piorar o problema já que aumentam a pressão na área do rosto”, comentou a professora Maria Helena Wegner, diretora da Casa de Yoga Shanti Om, em Joinville. O mais indicado é realizar uma prática bem suave.

Cláudia comenta que alguns pranayamas são bons para a congestão. “O nadi sodhana é muito bom para equilibrar a energia e descongestionar. Mas se a obstrução for muito grande, a pessoa não vai conseguir fazer”, disse.

Algumas outras técnicas yogis também podem aliviar o aparelho respiratório em uma crise. “Uma das mais indicadas para a melhora do congestionamento é o neti kriya que é uma técnica de purificação”, disse Maria Helena. O neti kriya envolve a limpeza das vias nasais com água morna um pouco salgada. Esse ritual de purificação vai limpar as vias aéreas e aliviar o peso da congestão.

O praticante também pode aplicar uma técnica usada por alguns professores para desobstruir o nariz. “Pratique o padadhirasana, que é variação do vajrasana”, orientou a professora de São Paulo. Mas não adianta praticar apenas uma vez quando estiver com o problema. Como tudo no Yoga, é necessário ter disciplina. “Para o tratamento ser completo, é preciso praticar três vezes por semana, por pelo menos três meses”, finalizou Cláudia.

Veja como realizar as técnicas indicadas:

Padadhirasana - Sente em vajrasana. Coloque as mãos cruzadas embaixo das axilas. Respire e fique nesta posição por alguns minutos. Se estiver apenas com a narina direita congestionada, coloque a mão direita ou um objeto cilíndrico embaixo da axila esquerda, se a narina esquerda estiver obstruída, faça o contrário. Depois de alguns minutos, você vai sentir um alívio nas vias respiratórias”

Neti kriya -Encha uma tigela com água morna e acrescente uma pequena colher de chá de sal na água. É aconselhável que a água seja fervida e filtrada para eliminar os riscos de infecções. Coloque as narinas na água e inspire a água bem devagar, com um leve movimento de bomba com a glote.Tente evitar que o ar entre ao mesmo tempo que a água. Depois da aspiração, espere alguns segundos e deixe a água escorrer do nariz. Repita a operação algumas vezes. Depois faça algumas expirações forçadas, para que o restante da água saia do nariz.

Nadi sodhana (Respiração Alternada) - Comprima suavemente a narina direita com o polegar, exalando pela narina esquerda. Inale gentilmente pela narina esquerda, enchendo os pulmões de ar; feche a narina esquerda com o dedo indicador, exalando leve e lentamente pela narina direita, repetindo o processo de alterar as narinas durante cinco minutos.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

O Impacto da Violência na Saúde Mental

Mesmo sem conviver diretamente com o terrorismo, enfrentamos uma guerra civil surda e não declarada. Os grandes centros urbanos do país convivem com níveis elevados de violência – fora as altas taxas de homicídios - que atingem principalmente as camadas mais jovens da população. Segundo estatísticas divulgadas recentemente, no Relatório Global sobre Assentamentos Humanos, do Programa das Nações Unidas (ONU) para Assentamentos Urbanos, 70% dos brasileiros se sentem inseguros.

A violência afeta diretamente nosso cotidiano, impondo restrições e sofrimento, sendo sem dúvida uma das maiores causas de prejuízo à sociedade, com conseqüências importantes na saúde física e mental da população. A violência tornou-se matéria diária dos noticiários trazendo uma sensação de imobilidade, como se nada pudesse ser feito para mudar este cenário.

O medo do crime está associado à violência da polícia, à sensação de insegurança, aos registros oficiais de mortes e violências e aos freqüentes assuntos envolvendo estes temas nos jornais e noticiários.

A violência representa um importante problema de saúde pública devido aos efeitos que acarretam sobretudo na saúde mental dos habitantes de grandes cidades. De acordo com o professor de medicina comportamental da Unifesp, terapeuta Geraldo Possendoro, a violência pode acarretar diversos níveis de traumas, desde leves até gravíssimos, como no caso de um atentado.“Traumas graves e gravíssimos são divisores de águas. Algumas pessoas podem desenvolver o transtorno de estresse pós-traumático, mas depende de fatores como idade, do tempo e intensidade que a pessoa foi submetida ao trauma, da personalidade de cada um e de como isso é absorvido pelo indivíduo”, explica o terapeuta.

A psicóloga Renata Maransaldi, colaboradora do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas – Usp, afirma que não se pode generalizar o impacto que cada pessoa sofre. “ Cada indivíduo recebe a situação de um jeito, alguns desenvolvem traumas, outros não”. Existem pesquisas que incluem fatores psicológicos, sociais e biológicos, assim como estudos sobre a eficácia de medidas terapêuticas. A psicóloga explica que nem todo mundo - ainda que expostos ao mesmo tipo de violência - precisam de tratamento, mas que todos podem ser tratáveis desde que o indivíduo se disponha. “Às vezes as pessoas nos procuram quando já se encontram num estado muito grave, quando não suportam mais e se submetem à psicoterapia”, afirma.

Exercícios Aeróbicos Ajudam Contra a Insônia

A prática moderada de exercícios aeróbicos pode reduzir a ansiedade e melhorar a qualidade do sono de pessoas que sofrem de insônia, segundo estudo brasileiro apresentado este mês no congresso SLEEP 2008, nos EUA. A pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, com 36 pessoas com insônia crônica, indicou que, no grupo que praticou moderadamente exercícios aeróbicos, 37% tiveram aumento considerável no tempo total de sono e 40% reduziram o tempo entre deitar-se e adormecer (latência do sono).

De forma geral, esse grupo apresentou um aumento de 21% no tempo de sono total e de 18% na eficiência do sono. Além desses ótimos resultados, que não foram tão observados naqueles que faziam exercícios aeróbicos pesados ou exercícios de resistência, esse grupo teve também redução na ansiedade.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Fator Ambiental e Doenças Herdadas dos Pais

A palavra herança sugere algo bom, alguma riqueza, um presente inesperado, mas nem todo legado dos pais é necessariamente agradável. Doenças cardíacas, obesidade e diabete são algumas das doenças que podem ser passadas de uma geração para outra. No entanto, o fator ambiental pode ter grande peso para algumas doenças. Todas as características físicas dos pais podem ser transmitidas aos filhos, mas segundo o geneticista Luiz Garcia Alonso, do Departamento de Morfologia e Genética da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), elas se modificam ao serem herdadas. "O ambiente vai modulando estas características", diz Alonso.

De acordo com a explicação do médico, se gêmeos de olhos claros são separados ao nascimento e um vai morar no Norte do Brasil e o outro na Suécia, com o passar dos anos o gêmeo que mora no Brasil terá o olho mais escuro uma vez que receberá mais luminosidade e produzirá mais melanina (proteína responsável pela pigmentação da pele, dos olhos e dos cabelos).

Para algumas doenças, o fator ambiental pode ser nulo, embora para outras pode ter peso. Os tumores, por exemplo, raramente são de base genética. Acredita-se que apenas de 5% a 10% deles tenham esta origem. O fato de algo ser hereditário não significa que seja também irreversível. "A hereditariedade, hoje, deve ser considerada também pelo efeito do ambiente sobre os genes", diz o psiquiatra Marcelo Feijó, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Existem doenças que são claramente hereditárias e aparecem devido à alteração em um gene ou cromossomo. Deste processo surgem problemas como os erros inatos do metabolismo e a Síndrome de Down, por exemplo. Neste caso, a doença tem um caráter monogênico, pois foi transmitida por um único gene ou cromossomo defeituoso - e o ambiente tem seu papel zerado. Doenças mais comuns, como obesidade, diabete e hipertensão, têm um caráter poligênico. Ou seja: além dos genes, pesa a contribuição do ambiente.

Segundo Carlos Alberto Moreira Filho, superintendente do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa(IIEP), nos últimos anos é que o estudo destas doenças comuns se intensificou, graças ao seqüenciamento do genoma. "Por meio da genômica, que é o estudo de todos os genes e sua resposta aos efeitos ambientais, conseguimos identificar quais os genes ativos em um tumor, por exemplo", explica Moreira. Com isso, médicos passaram a prescrever tratamentos personalizados para os pacientes, aumentando as chances de sucesso das terapias.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Envelhecimento e Cegueira

O envelhecimento da população brasileira está colaborando para que problemas de retina se tornem a principal causa de cegueira. É o que conclui uma pesquisa da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que mostrou que 35% dos casos de cegueira na periferia de São Paulo estão relacionados a problemas na retina.

Outros 28% são conseqüência de catarata --historicamente a grande vilã da visão-- que causa cegueira reversível, diferentemente da retina --fundamental para a visão pois é onde se formam as imagens. Os números da pesquisa mostram uma tendência, segundo o oftalmologista Rubens Belfort, um dos autores e membro do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia).

"Classicamente, o cego era o indivíduo pobre, de países pobres, em razão de diversas doenças ou da falta de vitamina A. Hoje, nos países mais ricos, há muitos casos de cegueira em razão do envelhecimento", diz.

De acordo com o Censo de 2007, o Brasil tem 11.422 pessoas com mais de 100 anos. Além disso, de 1940 para 2007, a expectativa de vida passou de 40 para 72 anos. Uma das doenças de destaque na pesquisa foi a DMRI (degeneração macular relacionada à idade). A doença é marcada pelos efeitos da luz solar que se acumulam com a idade, levando à morte de células na mácula, porção central da retina acionada na atenção visual.

A prevalência de cegueira nos dois olhos como causa dessa maculopatia foi de 0,25% (nove casos) entre 4.224 adultos com mais de 50 anos. Se contados todos os que apresentaram algum grau da doença, verificou-se que o risco aumentava de 5,1%, entre 50 e 64 anos, para 44,7%, entre 80 e 86 anos.

Segundo Belfort, a população deve estar preparada para detectar esse problema. "Como ocorreu com o auto-exame de mama, em que houve uma educação, também deve acontecer com a visão. Os idosos devem fazer testes de leitura com alguma freqüência. Se perceberem linhas tortas ou inclinadas, devem procurar um médico."

Outra doença comum em idosos e com incidência semelhante foi a retinopatia diabética, causada por alterações conseqüentes do aumento do açúcar no sangue e da diminuição da insulina, que contribuem para a multiplicação de vasos nos olhos e hemorragias.

Leôncio Queiroz Neto, oftalmologista do Instituto Penido Burnier, diz que "com o aumento da sobrevida e com os maus hábitos alimentares, as perspectivas apontam para um aumento de diabéticos em grande proporção, o que impactará também sobre a visão."

A catarata também manteve seu lugar de destaque em alguns aspectos da pesquisa. Ela foi a principal responsável por cegueira em apenas um olho e no quesito deficiência visual. Para os oftalmologistas, os mutirões de catarata colaboraram para que ela não fosse a principal causa de cegueira nos dois olhos. Em 2007, foram 249 mil cirurgias no país, menos que as 450 estimadas como necessárias pelo CBO.

As doenças da retina costumam não receber a mesma atenção, segundo Queiroz Neto, e o acesso aos tratamentos pode demorar alguns meses. Joselito Pedrosa, coordenador de Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde, diz que o órgão tem investido em tratamento e prevenção, e que instituiu o Programa de Combate às Causas Prevalentes de Cegueira, que foca não apenas doenças como retinopatia diabética, catarata e DMRI como procedimentos antes não cobertos pelo SUS.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Incenso Pode Reduzir Ansiedade e Depressão

Um estudo israelense indica que o incenso pode ajudar a relaxar ao ativar regiões específicas do cérebro para acalmar a ansiedade e o comportamento relacionado à depressão. Em testes com ratos, os pesquisadores da Universidade Hebraica de Israel descobriram que um componente do frankincenso, quando injetado nos roedores, pode afetar a atividade da proteína TRPV3 no cérebro.

E os resultados indicam que essa proteína, que na pele ajuda o organismo perceber o calor, pode também cumprir um papel na regulação da depressão e da ansiedade. Os autores destacam que se os resultados forem confirmados em testes clínicos com humanos, a substância pode servir de base para novos antidepressivos com menos efeitos colaterais.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Vida Social e Memória

As relações sociais podem ajudar a proteger o cérebro, retardando a perda de memória entre os idosos, segundo estudo publicado no "American Journal of Public Health". Estudos anteriores já apontavam uma relação entre a vida social e a perda de memória.

No primeiro grande estudo sobre o assunto, realizado nos Estados Unidos, os pesquisadores da Universidade de Harvard avaliaram dados de mais de 16 mil pessoas com mais de 50 anos de idade. Os participantes foram submetidos a testes de memória de dois em dois anos no período entre 1998 e 2004, além de terem sido analisados quanto a sua vida social – status marital, atividades voluntárias e contato com pais, crianças e vizinhos.

E os resultados mostraram que as pessoas com maior integração social apresentavam menores taxas de declínio de memória em um período de seis anos. Entre os menos socialmente integrados, a taxa de declínio era o dobro, em comparação com os mais integrados. Segundo os autores, a participação e as interações sociais têm um profundo impacto na saúde e bem-estar das pessoas.

"Nós sabemos, por estudos anteriores, que pessoas com muitos laços sociais têm menores taxas de mortalidade. Agora, nós temos uma evidência crescente de que fortes redes sociais podem ajudar a prevenir declínios na memória. Como nossa sociedade envelhece e tem mais e mais pessoas idosas, será importante promover seu envolvimento na vida social e da comunidade para manter seu bem-estar", disse a pesquisadora Lisa Berkman.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Por que Algumas Pessoas Não Engordam Apesar de Comerem Muito?

Um estudo da Universidade da Califórnia, nos EUA, pode ajudar a explicar porque algumas pessoas não engordam apesar de comer muito. Testes realizados com vermes C. elegans em laboratório indicam que sistemas independentes do organismo controlam a quantidade de alimento consumido e o metabolismo da gordura (o quanto o verme vai engordar).

De acordo com os autores, as descobertas poderiam valer para os seres humanos, e servir de base para o desenvolvimento de estratégias contra a obesidade que manipulem o metabolismo das gorduras, sem modificar o comportamento alimentar.

Os resultados mostraram que a magreza e a obesidade não são determinados apenas pelo comportamento alimentar. O comportamento alimentar e o metabolismo da gordura são coordenados, mas são diferentes respostas do sistema nervoso à percepção de disponibilidade de nutrientes.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Chupeta: Riscos à Saúde dos Bebês

Na tentativa de acalmar seus filhos e controlar o choro das crianças, muitas mães fazem do uso da chupeta um hábito. Mas o que elas não sabem é que isso pode causar sérios danos à saúde dos pequenos. Problemas ortodônticos, respiratórios e deformidades faciais estão associados à sucção diária da chupeta.

Os males causados por este hábito não param por aí. A respiração é outra função que também pode ser afetada, já que a sucção, neste caso, estimula a respiração via oral. Isso faz com que a criança tenha o sono alterado, fique cansada com facilidade e até ronque.

O uso da chupeta desperta reações pouco racionais. Alguns pais e médicos são radicalmente contra. Na prática, alguns bebês não aceitam a chupeta mesmo quando os pais insistem. Em contrapartida, pais que queriam evitá-la rendem-se às necessidades de sucção do bebê.

A chupeta não é necessária, e geralmente os bebês que mamam adequadamente no seio nos primeiros dias a recusam. Nessa fase inicial, o estímulo à chupeta pode até atrapalhar o aprendizado dos movimentos de sucção do seio. Alguns trabalhos mostram incidência maior de desmame nas crianças que utilizam chupeta. No entanto, à medida que o bebê cresce, suas necessidades de sucção podem ir além das necessidades nutricionais. A chupeta, nesse caso, pode ser confortável para o bebê e, se corretamente utilizada e retirada na idade adequada, não causa danos físicos ou emocionais.

A finalidade da chupeta é suprir as necessidades de sucção da criança, e não confortar a família. Pode ser utilizada em intervalos de mamadas, quando a criança estiver agitada e procurando sugar (mas sem fome). Mas o melhor é usá-la sempre pelo menor tempo possível. Alguns bebês gostam de chupeta na hora de dormir. Isso não deve ser encorajado, pois este fator externo no hábito de sono fará com que, ao acordar à noite, a criança seja incapaz de voltar a dormir sem que a chupeta seja colocada em sua boca. O ideal é por o bebê no berço já sem a chupeta e reduzir ao mínimo possível seu uso durante o dia.

Qual é o melhor tipo de chupeta? As mais difundidas são as ortodônticas. Elas trariam danos menores à formação do palato, pois apresentam a base mais achatada, e permitiriam melhor oclusão dos lábios. No entanto, a literatura médica não confirma essa observação, e a ocorrência de deformidades craniofaciais (mordida cruzada, por exemplo) depende mais do tempo de utilização do que do tipo de chupeta.

As chupetas podem ser de silicone ou látex (as primeiras são mais higiênicas e duram mais), em diversos tamanhos. Existem modelos menores, para recém-nascidos prematuros. A escolha do tamanho adequado influenciará no uso correto da chupeta.