terça-feira, 29 de julho de 2008

Bebês e a Obesidade

Deixar o bebê aos cuidados de uma babá, dos avós ou de uma creche é necessidade de muitos pais. Mas a prática torna essas crianças muito mais suscetíveis a problemas de sobrepeso, segundo um estudo publicado na edição de julho da revista da Associação Médica Americana. O trabalho tem caráter inédito, sendo o primeiro a relacionar o ganho de peso no primeiro ano de idade das crianças ao perfil de quem cuida delas.

De acordo com os especialistas, os pequenos que ficam algum tempo longe dos pais acabam comendo demais e em horários desregrados, além de deixarem de ser amamentados mais cedo do que o recomendado até os seis meses de idade, é indicado que o bebê só se alimente com o leite materno. O estudo acompanhou a rotina de 8.150 crianças, sendo que mais da metade delas passava parte do dia longe dos pais.

E os resultados não deixam dúvidas: 40% das crianças que precisaram ir para uma creche antes e completar três meses deixaram de ser alimentadas com leite materno e começaram a comer papinhas antes das outras, que permaneceram só na companhia dos pais nesta fase.

Uma escolha que se reflete no peso: as crianças mantidas em creches tinham, em média, 175g acima daquelas que não precisaram desse tipo de recurso. Já os bebês que passavam parte do dia com algum parente apresentavam 162g além daqueles que só foram cuidados pelos pais. Apesar de parecer pouca coisa, os números preocupam porque o peso além dos padrões no primeiro ano de idade está diretamente associado a casos de obesidade, desenvolvidos ao longo da infância e mesmo na idade adulta.

A falta de regras na infância acaba acostumando a criança a comer mesmo quando não tem fome, afirma o cirurgião do aparelho digestivo, Carlos Domene, do Hospital 9 de Julho. Outro erro comum, de acordo com ele, é forçar os pequenos a se alimentarem. Se a comida não for suficiente, ela vai pedir mais, não precisa ficar insistindo. E quando ela recusar, respeite sem oferecer nada nos intervalos entre as refeições. Assim, a fome surge na hora certa.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Cresce o Número de Infartos Entre Jovens

Estressados, fumantes, sedentários e comendo mal, jovens na faixa etária entre 20 e 40 anos estão sofrendo mais infartos do miocárdio. Nos principais hospitais cardiológicos de São Paulo, eles representam, em média, 12% dos casos. Há dez anos, não passavam de 6%. Nos EUA, o índice médio de infartos em jovens é de 4%.

Não há no país uma estatística consolidada sobre esses casos, mas eles já fazem parte da rotina dos maiores serviços de emergência da capital paulista. "Antigamente, a gente fazia festa quando chegava um infartado com menos de 40, era uma curiosidade entre os médicos. Hoje, ninguém mais estranha, virou algo comum", diz o cardiologista Marcelo Ferraz Sampaio, responsável pela sessão de biologia molecular do Instituto Dante Pazzanese.

A cada dez dias, Sampaio atende a pelo menos um paciente que infartou antes dos 40 anos. "Há dez anos, era um por mês", lembra. O médico fez a primeira pesquisa científica do país sobre infarto em jovens --foi publicada em revista científica internacional e ganhou prêmio-- e constatou que eles representavam 11% dos atendimentos no Dante Pazzanese.

Em dois anos, o cardiologista avaliou 249 infartados com idades entre 17 e 40 anos, 60% deles com menos de 30 anos. A maioria (60%) era homem. "Hoje o jovem está no mercado de trabalho muito cedo, passa por um estresse grande."

Um fato que chamou a atenção do médico foi a alta incidência de fumantes entre esses jovens: 91%. "Esse foi o principal fator de risco, além dos antecedentes familiares [presentes em 45% dos infartados]. É muito difícil encontrar um jovem que infartou e que não fume. E o pior é que vemos jovens de 12, 13 anos fumando."

No HCor (Hospital do Coração), os infartados abaixo de 40 anos já respondem por 20% dos casos, e as características dos pacientes são semelhantes às do Dante Pazzanese: jovens fumantes, com histórico familiar de doença coronariana, muitos obesos, sedentários e estressados.

Só o cardiologista Ricardo Pavanello, supervisor de cardiologia do HCor, atendeu recentemente a três casos de jovens infartados. Ele explica que a ocorrência nesse público também pode estar relacionado ao uso da cocaína.

O cardiologista Marcelo Knobel, coordenador da unidade coronariana do Hospital Albert Einstein, relata que, recentemente, atendeu a um rapaz de 33 anos, usuário crônico de cocaína, e ficou impressionado com o estado das coronárias. "O padrão é como se fosse de um idoso de 70 anos".

No InCor (Instituto do Coração), o que chamou a atenção do cardiologista Múcio Tavares, diretor do serviço de emergência, foi o aumento de infartos entre as mulheres -14% contra 6% entre homens. "As mulheres também estão expostas aos mesmos fatores de risco dos homens e, ainda por cima, usam anticoncepcionais, que podem aumentar as chances de eventos cardíacos", disse.

A boa notícia é que o infarto em jovens tende a matar menos porque, em geral, o coração deles é mais "saudável" e ainda não sofre de co-morbidades que afetam os mais velhos, como a diabetes e a hipertensão.

Tavares diz que no InCor o índice de mortalidade entre os jovens não chega a 1% -contra 10%, em média, no público acima de 50 anos. Mas é preciso levar em conta que em 50% dos casos as pessoas morrem antes de chegar ao hospital.

A má notícia é que o infarto deixa uma cicatriz no coração. "O jovem fica seqüelado. Tem redução da função ventrilar, diminui a contratividade, o coração bate mais fraco. E essa marca é para o resto da vida", alerta o cardiologista Sampaio.

Não largar o cigarro pode triplicar as chances de o jovem sofrer um novo infarto, revela um estudo grego com infartados abaixo de 35 anos, em que 95% dos infartados jovens fumavam. Desses, 55% continuaram fumando e 32% sofreram novo infarto em um ano.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Internações Por Pneumonia Aumentam no Inverno

Infecções respiratórias aumentam em até oito vezes a procura de atendimento médico durante o inverno. Idosos são os que mais sofrem com a doença. De acordo com especialistas, o clima frio do inverno e as mudanças bruscas de temperatura contribuem para o aumento de seis a oito vezes da procura de pacientes com infecções respiratórias - como gripe e pneumonia - aos prontos socorros e consultórios médicos.

Segundo o DATASUS (Banco de dados do Sistema Único de Saúde) são estimados cerca de 2,1 milhões de casos de pneumonia no Brasil todos os anos. A doença é a principal causa de internação hospitalar (mais de 960 mil por ano) e a quinta causa de morte.

Entre as opções para combater o problema, um novo estudo com Avalox® (moxifloxacino), da Bayer Schering Pharma, comprovou a eficácia do medicamento em pacientes com pneumonia e indicação de tratamento hospitalar (estima-se que pelo menos 20% das pessoas com pneumonia necessitam de internação). As pneumonias são infecções que acometem os pulmões, mais especificamente os alvéolos - onde ocorre a troca gasosa - que se enchem de pus, muco e outros líquidos, o que impede o seu funcionamento adequado.

A doença é causada por bactérias, vírus, fungos e outros microorganismos infecciosos, sendo que a pneumonia bacteriana é a mais comum e atinge mais de 50% dos pacientes. A causa mais comum em adultos é a bactéria Pneumococo. Quando as defesas do organismo enfraquecem, as bactérias que causam a pneumonia podem ser aspiradas pelo ar ou contato com gotículas de saliva e secreções contaminadas.

O tratamento da pneumonia requer o uso de antibióticos como o moxifloxacino, da Bayer Schering Pharma, e a vacina contra a gripe pode ser utilizada como método preventivo, principalmente em idosos. De acordo com o novo estudo, uma dose diária de Avalox® (moxifloxacino) oferece o mesmo efeito dos tratamentos tradicionais realizados com drogas combinadas, duas vezes ao dia.

"Uma vez estabilizada a doença, o paciente pode receber mais rapidamente o medicamento oral, na mesma dosagem da versão intravenosa. Este benefício reduz o tempo de internação e acelera a recuperação do paciente", destaca Alex Macedo da Silva, mestre em Pneumologia pela Unifesp, professor de Pneumologia da Unimes (Universidade Metropolitana de Santos) e da Unilus (Centro Universitário Lusíada).

Denominado MOTIV (Moxifloxacin Treatment) e apoiado pela Bayer Schering Pharma, o estudo clínico teve como objetivo avaliar a eficácia do moxifloxacino no tratamento da pneumonia com indicação de internação hospitalar. Os resultados demonstraram que o moxifloxacino, administrado em dose diária de 400mg nas versões intravenosa e oral, é tão eficaz quanto a terapia combinada convencional que exige a administração de duas doses diárias de ceftriaxone 2g e levofloxacino 500 mg. "As taxas de recuperação clínica foram similares nos dois grupos de pacientes, o que demonstra a boa eficácia do moxifloxacino nesses pacientes", explica o pneumologista.

O antibiótico apresenta também melhor custo-benefício. "Por ser um medicamento de dose única diária, contribui para a redução dos custos do tratamento, tanto para o paciente quanto para o hospital", conclui o médico. O estudo clínico comparativo acaba de ser publicado na revista Clinical Infectious Diseases.

O trabalho foi conduzido por três comitês independentes de especialistas internacionais, envolvendo 569 pacientes e 60 centros de pesquisa de 17 países da Europa, América Latina e África do Sul. Apesar de diversos estudos demonstrarem a eficácia do moxifloxacino no tratamento de pacientes com pneumonia adquirida na comunidade, este é o primeiro grande estudo com pacientes indicados para tratamento hospitalar.

Saiba mais · Dados do Ministério da Saúde revelam que o maior número de internações e óbitos por pneumonias ocorre nas idades extremas, isto é, crianças e idosos acima e 60 anos. Os idosos têm 20 vezes mais chance de contrair a pneumonia do que os jovens. Isso ocorre devido ao sistema imunológico debilitado e a presença de outras doenças comuns na terceira idade como diabetes, problemas cardíacos, no rim e outras.

Segundo o DATASUS, a mortalidade em conseqüência da pneumonia atinge 10 em cada 10 mil idosos entre 60 e 69 anos e essa incidência aumente de 65 para cada 10 mil pacientes com mais de 70 anos. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença são gripes, resfriados, doenças alérgicas, alterações bruscas da temperatura e da umidade do ar, grande concentração de pessoas em ambientes fechados com circulação de ar prejudicada, além do consumo excessivo de álcool e do fumo. Os principais sintomas da pneumonia são febre alta, tosse com secreção, dor no tórax, alterações da pressão arterial, mal-estar, falta de ar e respiração ofegante, prostração, suor intenso, calafrio e tremores, falta de apetite.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Benefícios da Música nos Pacientes

Estudos garantem que a música potencializa a reabilitação de pacientes em casos de doenças degenerativas do cérebro, como Parkinson e Alzheimer, melhora a coordenação motora de deficientes físicos e estimula a liberação de substâncias como a dopamina e serotonina, que proporcionam sensação de prazer e bem-estar.

Pesquisa realizada pela Cleveland Clinic Foundation, nos Estados Unidos, e divulgada pelo Journal of Advanced Nursing comprova que ouvir música pode ter efeitos benéficos no tratamento de dores crônicas. Os cientistas testaram a utilização de música em 60 voluntários, que há mais de seis anos vinham sofrendo com osteoartrite, problemas de hérnia de disco e artrite reumática, e constataram uma redução dos níveis de dor em 21%.

O índice dos que sentiam depressão em conseqüência da dor crônica diminuiu 25%. Entre os participantes que ouviam música, 50% eram capazes de escolher suas músicas favoritas e os demais podiam escolher a partir de uma lista de cinco fitas relaxantes oferecidas pelos pesquisadores.

O estudo anterior, publicada no mesmo jornal, já havia revelado que ouvir música suave durante 45 minutos antes de dormir pode aumentar o sono em até um terço.

Ao receber o diagnóstico de esquizofrenia, há 30 anos, a paulistana Maria Inês Quintas recebeu também um presente: a oportunidade de voltar a cantar e tocar violão. Na adolescência, foi aluna de Dona Mary Buarque de Holanda, "tia do Chico", frisa a aposentada. O casamento veio aos 20 anos e, durante uma década, dedicou-se aos filhos e ao marido, que não gostava de vê-la cantar e tocar. "Foram dez anos sem música, mas o meu médico disse que era algo importante para eu seguir a vida e foi ótimo".

Hoje ela freqüenta o grupo de acompanhamento de pacientes esquizofrênicos do Hospital São Paulo, ligado à Universidade Federal Paulista. Duas vezes por semana, Maria Inês toca violão e canta para os colegas de grupo.

No caso dos idosos, a música tem o papel de resgatar emoções - amores vividos, o nascimento dos filhos, lugares visitados e de a pessoa reconstruir sua história, além de servir de mote para encontros com amigos.