terça-feira, 30 de setembro de 2008

Estresse e Sedentarismo Contribuem Para o LER

Profissionais que passam o dia repetindo movimentos estão expostos a considerável risco de sofrer LER (lesão por esforço repetitivo). A repetição, porém, não é a única causa. O surgimento das lesões depende também da postura que a pessoa mantém no trabalho, dos intervalos periódicos que ela faz, da rotina de atividades físicas que ela pratica e até da disposição com que ela encara o desempenho da função.

"Quando a pessoa não gosta do trabalho que faz, pode ser que o corpo manifeste esse descontentamento, que a princípio é uma questão psíquica", conta o médico Ricardo Nahas, ortopedista do Hospital Estadual Ipiranga. Quem gosta da função que desempenha tem prazer em trabalhar e está menos sujeito a esse tipo de problema.

Mas, embora o estresse profissional possa acelerar as lesões, a repetição sem intervalos e a postura inadequada são os principais problemas. "Quem passa o dia repetindo o mesmo exercício precisa fazer intervalos", recomenda Luis Fernando Machado, ortopedista do Hospital Edmundo Vasconcelos. "O ideal é que, a cada 50 minutos de trabalho, a pessoa descanse por outros dez." Já quem tem o hábito de fazer atividades físicas regularmente corre menos risco de sofrer lesões.

O tratamento da LER inclui fisioterapia e medicamentos, mas o essencial é combater as causas do problema, alertam os médicos.

O que mais dói
Cabeça - 27%
Pescoço - 20%
Costas - 41%
Ombros - 22%
Braços - 19%
Punhos 15%
Dedos - 13%
Pernas - 33%
Pés - 18%

Classificação
As LER podem ser divididas por fases, conforme os sintomas específicos. Em 1984 surgiu uma classificação por estágios, de acordo com a execução do trabalho:
*Estágio 1: * Dor e cansaço nos membros superiores durante o turno de trabalho, com melhora nos fins de semana
Estágio 2: Dores constantes, sensação de cansaço persistente e distúrbio do sono. Incapacidade para certas funções simples
Estágio 3 : Dor, fadiga e fraqueza persistentes. Distúrbios do sono e presença de sinais no exame físico

Principais causas
Geralmente a LER é causada por movimentos repetitivos e contínuos. Esforço excessivo, má postura, estresse e más condições de trabalho contribuem para aparecimento das LER. Em casos extremos pode causar sérios danos aos tendões, dor e perda de movimentos. Entre as principais causas estão:
- Ambiente de trabalho desconfortável
- Atividades que exigem força excessiva com as mãos
- Posturas incorretas
- Repetição de movimentos
- Atividades esportivas que exigem grande esforço dos membros superiores
- Compressão mecânica das estruturas dos membros superiores
- Ritmo intenso de trabalho
- Jornada de trabalho prolongada ou dupla jornada

Sintomas
Em geral, dores nas partes afetadas, semelhante à dor de reumatismo. Há formigamentos e dores que dão a sensação de queimadura ou, às vezes, frio localizado

Medidas de prevenção
- Em casa, ao acordar, não abra mão de se espreguiçar. Repita esse movimento de alongamento do corpo durante o dia. Além disso, procure fazer exercícios
- Mantenha os punhos retos ao digitar
- Certifique-se de que seus dedos estejam abaixo do nível dos punhos
- Não apóie a palma da mão no teclado
- Tenha um apoio para os pulsos
- Abaixe o seu teclado ou compre um mais ergonômico
- Não segure um objeto na mesma posição por muito tempo
- Descanse as mãos por alguns minutos a cada hora
- Levante objetos usando toda a mão ou com as duas mãos

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Doença do Mau Humor Acontece Mais nas Mulheres

Se de uma hora para a outra, sem motivo aparente, você se pega reclamando de tudo e passa a maior parte do tempo de mau humor, com dificuldades em sentir prazer em atividades de rotina, sempre com cansaço e falta de energia, fique atento, você pode estar sofrendo de uma doença chamada distimia.

A distimia é um transtorno de humor, considerado um tipo de depressão leve que ocorre em cerca de 5% da população geral e acomete três vezes mais mulheres do que homens.

De acordo com Luiz Alberto Hetem, da Associação Brasileira de Psiquiatria, a doença se diferencia do mau humor comum, um sentimento que todos podemos sentir em diversos momentos de nossas vidas. "Na distimia, a pessoa fica mau-humorada, irritada, impaciente e com sintomas depressivos, como alteração no sono e no apetite, durante a maior parte do dia, por meses ou anos", afirma Hetem.

Para Ricardo Moreno, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, ficamos mau-humorados quando passamos por uma situação desagradável no trânsito, quando sentimos frio ou calor demais ou quando nos sentimos incomodados por alguma dor física. "O distímico é diferente, ele sente o mau humor, além de outros sintomas, sem motivo aparente e durante a maior parte do dia."

De acordo com os especialistas, os distímicos tendem a acreditar que o mau humor constante é apenas um traço de sua personalidade. "Por acreditarem que seu comportamento é normal, demoram a procurar ajuda", afirma Hetem. Para o psiquiatra, a demora em procurar um especialista pode levar os distímicos a uma depressão mais grave.

Os médicos afirmam que, em alguns casos, há possibilidade de cura. Em outros, porém, o tratamento é constante e sem previsão de término. "Isso depende de cada pessoa, mas o tratamento é feito por meio de medicamentos antidepressivos e psicoterapia, assim como em outros casos de depressão", conta Moreno

É comum passar por situações que provocam o mau humor. A irritação e a impaciência vêm, por exemplo, quando estamos presos no trânsito, com calor ou frio demais ou quando sentimos uma dor forte. Mas quando a rabugice é predominante na maior parte do tempo e está associada a outros sintomas é sinal de que é necessário procurar um médico, pois pode se tratar de distimia

Sintomas
- Mau humor que dura a maior parte do dia
- Cansaço ou sensação de falta de energia
- Preocupação excessiva
- Alteração no sono e no apetite
- Baixa auto-estima, irritabilidade, negativismo desânimo e melancolia
- Mesmo as atividades mais simples passam a exigir muito esforço
- Dificuldade de sentir prazer com o dia-a-dia
- Dificuldade para se concentrar, tomar decisões e acompanhar o ritmo dos colegas de trabalho
- Insatisfação constante e tendência a supervalorizar acontecimentos negativos

Quem pode ter
- Pessoas de todas as idades
- Acomete de duas a três vezes mais mulheres do que homens
- É mais comum entre jovens adultos (entre 25 e 35 anos)

Pode provocar
- Isolamento social
- Problemas conjugais e familiares
- Queda no desempenho profissional e escolar
- Abuso de drogas e alcoolismo

Tratamento
Na maioria dos casos o tratamento é feito com o uso de medicamentos antidepressivos e com psicoterapia

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sons Relaxantes Reduzem Pressão Sanguínea

Um estudo anual apresentado em um congresso da Associação Americana do Coração afirma que ouvir sons relaxantes pode ajudar a reduzir a pressão sanguínea em idosos hipertensos. O estudo, apresentado na 62ª Conferência para Pesquisa da Hipertensão, foi realizado na Universidade de Seattle e no centro cardiovascular da mesma cidade.

Durante quatro meses, três vezes por semana, um grupo de 41 idosos com hipertensão foi exposto a diferentes sons durante uma sessão de 12 minutos.Os participantes estavam divididos em dois grupos. O primeiro, formado por 20 pessoas, ouviu uma voz suave que lhes pedia para relaxar todo o corpo e respirar profundamente enquanto o som das ondas do mar soava ao fundo. O segundo grupo, com 21 idosos, escutou durante esse tempo uma sonata de Mozart. Os pesquisadores mediram as pressões sanguíneas sistólica e diastólica antes e depois de cada sessão.

Depois de quatro meses, nos dois grupos a pressão sistólica diminuiu 6,4% (de 141 a 132) no grupo que seguiu o programa de relaxamento, e quase 5% (de 141 a 134) no que ouviu Mozart. A pressão diastólica, por outro lado, não diminuiu significativamente em nenhum dos dois casos. A autora principal da pesquisa, a professora assistente da Universidade de Seattle Jean Tang, explicou que outros estudos sugerem que uma redução de 5 mmHg na pressão sistólica pode diminuir em 9% as mortes causadas por uma doença coronária e em 14% as relacionadas com derrame cerebral.

A pequena diferença entre os grupos, segundo Tang, pode ser a atenção dos participantes durante as sessões de audição. Entre os que escutaram música clássica, alguns possivelmente não relaxaram seus corpos. Os tratamentos deste tipo, baseados na audição de sons como os empregados neste estudo - conhecidos como binaurais, são utilizados com sucesso há anos para tratar de dores crônica ou no treinamento de atletas. Tang argumentou que o efeito benéfico deste tipo de tratamento - com sons binaurais - estaria no fato de que eles "regulam as ondas cerebrais para o nível alfa, com um efeito acalmante sobre os ouvintes que se concentrarem". Segundo ele, o método de relaxamento atua sobre o sistema nervoso parassimpático, que reduz a pressão sanguínea ao relaxar os vasos.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

42% Das Grávidas Têm Algum Tipo de DST

Pesquisa feita pelo Programa Nacional de DST e Aids, do Ministério da Saúde, com 3.303 mulheres grávidas, mostra que 42% apresentavam pelo menos uma DST (Doença Sexualmente Transmissível. A maior prevalência encontrada no grupo foi de HPV, doença que pode causar câncer no colo do útero. De acordo com os dados, 40,4% das 3.303 gestantes analisadas tinham o vírus e, na maioria dos casos, tratava-se de HPV de alto risco.

A maioria das gestantes do estudo (79%) tinha até 29 anos e encontrava-se em uma união estável (72,8%). Os questionários e exames foram feitos em mulheres que procuram os serviços de pré-natal do SUS (Sistema Único de Saúde). Para fazer o estudo, o Ministério da Saúde reuniu, entre 2004 e 2005, informações de 3.303 gestantes atendidas pelo SUS em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Goiânia e Manaus.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Fim da Gordura Trans é Voltar à Época da Banha

As indústrias rechaçam qualquer prazo para eliminar a gordura trans dos alimentos consumidos no país. O presidente da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação), Edmund Klotz, reage com ironia ao comentar os planos do Ministério da Saúde de ver, em pouco tempo, o Brasil livre da mais danosa das gorduras.

"Se for fixado um prazo para acabar com a gordura trans, vamos ter de criar porco de novo e voltar à velha banha", afirma Klotz. "Ainda não temos nada com um resultado final parecido com o dessa gordura."

Neste ano, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, convocou os fabricantes e defendeu o modelo do Canadá, que deu três anos para que o ingrediente fosse banido. "A nossa vontade é que, num curto prazo, nós possamos estar com 100% dos alimentos comercializados no Brasil sem gordura trans", afirmou.

O empenho do ministro se justifica pelos gastos com o tratamento dos brasileiros que comem mal. Cerca de 168 mil pessoas foram hospitalizadas em 2007 em decorrência de acidente vascular cerebral --uma das conseqüências do colesterol alterado--, o que custou R$ 118 milhões aos cofres públicos.

A indústria reagiu dizendo que os três anos são um prazo curto demais. "A substituição demanda testes e desenvolvimento de fórmulas", afirma Fabio Acerbi, diretor de assuntos corporativos da multinacional Kraft Foods.

Já há alternativas para a gordura trans, como os óleos de girassol e de palma. O problema é que são mais caros e não são produzidos em grande escala. "E ainda temos o desafio de manter o sabor. Se você está acostumado com o seu biscoito e de repente sente um gosto diferente, você muda de marca", diz Acerbi.

A gordura trans é ingrediente de boa parte dos alimentos industrializados. Está nos biscoitos, nos sorvetes, nas margarinas, nos requeijões, nas frituras, nos salgadinhos e até nas misturas para bolos. Surgiu como uma alternativa --acreditava-se-- mais saudável à gordura animal, por ser obtida de óleos vegetais. A gordura animal aumenta o LDL (o colesterol ruim) no sangue.

Mais que isso, a nova gordura foi amplamente adotada por ser pastosa, quase sólida, e não líquida. É o atributo que deixa a margarina cremosa e o biscoito crocante. Além disso, aumenta o prazo de validade e deixa o sabor mais agradável.

Nos anos 90, porém, estudos científicos descobriram que a gordura trans é extremamente prejudicial à saúde. Mais até que a gordura animal. Além de aumentar o LDL, reduz os níveis de HDL (o colesterol bom). A OMS recomenda que um adulto não consuma mais que dois gramas de gordura trans por dia -quantidade que se alcança comendo três biscoitos recheados de morango.

Diante dos malefícios, a própria indústria tratou de reduzir os teores. No Brasil, o grande movimento se deu em 2006, depois que a Anvisa tornou obrigatória a indicação, nas embalagens, da quantidade de gordura trans. Foi então que os brasileiros se deram conta dos excessos.
"Dois ou três anos atrás, estivemos no consumo máximo de gordura trans. Agora a indústria está cautelosa", afirma a nutricionista Liandra Freitas Marquez Bernardes, da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Parceiros X Pais

Um estudo realizado por pesquisadores húngaros sugere que as mulheres têm tendência a escolher parceiros parecidos com seus pais fisicamente. A pesquisa, publicada na revista especializada Proceedings of the Royal Society Biological Sciences, diz que também os homens preferem mulheres que se assemelham às suas mães.

O estudo realizado por especialistas da Universidade de Pécs pretende dar novas evidências de um fenômeno conhecido como "impressões sexuais". Nos testes, os pesquisadores húngaros mediram as feições de 312 pessoas de 52 famílias e compararam com os de seus parceiros. Eles encontraram semelhanças significativas entre os traços faciais de genros e sogros, especialmente na região central do rosto, que compreende nariz e olhos.

As noras também tinham feições parecidas com as de suas sogras, principalmente na área dos lábios e maxilar. "Nossa pesquisa sustenta a hipótese das impressões sexuais, segundo a qual as crianças moldam um modelo de seus pais e buscam um parceiro que se encaixe nele", disse o coordenador da pesquisa Tamas Bereczkei. Estudos anteriores haviam sugerido que mulheres podem usar seus pais como padrão para escolha de seus parceiros mesmo quando elas são adotadas, o que sugere que a influência é determinada pela convivência e não pelos genes. Esta conclusão levou a uma outra pesquisa, que indicou que "as impressões sexuais" se perdem quando mulheres não têm bom relacionamento com seus pais.