quarta-feira, 30 de abril de 2008

Ruas Arborizadas Protegem Crianças da Asma

As áreas mais pobres das metrópoles têm várias coisas em comum: altos índices de poluição ambiental, pequeno número de áreas de lazer para crianças e poucas árvores. Pesquisadores da Universidade de Columbia observaram que a diferença da incidência de asma nas crianças também era desproporcional entre as áreas pobres e ricas da cidade de Nova York.

Utilizando dados do planejamento urbano que incluem os projetos de arborização com a contagem das árvores nas ruas foi possível realizar uma correlação interessante. Os casos de asma e as internações hospitalares por problemas respiratórios eram diretamente relacionados à densidade de árvores nas ruas e bairros.

A presença de árvores nas ruas de uma determinada vizinhança estava associada com 24% menos casos de asma e também menos internações porém com uma diminuição menor, cerca de 17%. Os médicos não conseguem através dos dados disponíveis distinguir qual componente relacionado às árvores é responsável pela prevenção da asma.

Existem algumas hipóteses: as crianças em áreas arborizadas brincam mais ao ar livre, o que melhora sua função pulmonar. A presença das árvores por si só diminui a poluição ambiental. Independente de qual fator seja o mais importante, estudos como esse provam que o cuidado ambiental, tão em moda no dias de hoje, não é só um modismo, tem real impacto na qualidade de vida dessa e das futuras gerações. Os cientistas de Nova York planejam manter a observação durante os próximos anos em paralelo ao projeto de arborização que está em curso na cidade.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Os Riscos da Vaidade Precoce

A vaidade cada dia mais presente em crianças e adolescentes preocupa os pais, pois o uso precoce de cosméticos pode ser prejudicial. “A pele da criança é mais sensível e fina. Deve-se tomar cuidado, pois desenvolvem mais bolhas ou feridas ao serem expostos a produtos químicos”, diz a dermatologista Ana Pia.

A cabelereira Tatiane Nepomucemo Bento, mãe de Tamires de 6 anos, diz que a menina só usa produtos para crianças. “Só deixo que use batom claro ou brilho nos lábios”, afirma. Tamires explica que adora se pintar para ir a festas. “Acho que fico mais bonita”, confessa. Já Clara da Costa Faria, 8 anos, gosta tanto de hidratantes, que não deixa ninguém mexer em seus potes. “Tenho de várias marcas, porque adoro.”Se for necessária a aplicação de cosméticos, os médicos recomendam fórmulas suaves. “Com os hipoalergênicos há menor probabilidade de alergia. Quanto mais cedo se começa a usar cosméticos, maiores as chances de desenvolver alergia”, destaca Ana Pia.

A dermatologista Mariana Pinheiro Machado de Miranda ressalta: “Quanto mais maquiagem, mais os poros se fecham. E com isso problemas como acne podem surgir.” Os cosméticos que mais causam alergias são esmaltes, sombras, rímel e produtos para cabelo. “A pálpebra é muito sensível. Crianças podem ter irritação e conjuntivite. Esmaltes, só de vez em quando. Mais prejudicial ainda é a acetona. O solvente pode causar danos com a simples inalação”, avisa Ana Pia.Perfumes e xampus também merecem atenção. “Xampus devem ser hipoalergênicos e, de preferência sem sal”, diz Mariana. Cosméticos com validade vencida — comumente usados pelas meninas em brincadeiras — não devem ser utilizados. “São grandes os riscos de desenvolver dermatite”, avisa.

Para ter os cabelos lisos, a escova progressiva é a preferida dos jovens. Mas o formol, uma das substâncias utilizadas, representa perigo. “O cheiro do formol é tóxico”, frisa a dermatologista Mariana Pinheiro. “O couro cabeludo, por ser mais sensível, ainda pode desenvolver dermatite seborréica, queda de cabelo, ressecamento, ardência, além de irritação nos olhos.

Crianças têm mais chances de desenvolver problemas que os adultos, já que a imunidade não é tão forte. Recomendo que tratamentos químicos não sejam feitos antes dos 16 anos”, observa. O terapeuta capilar Marco Antônio da Silva, do Centro Técnico Never, alerta para o perigo dos danos aos fios e ao couro cabeludo causado pelo excesso de tinturas, alisamentos, chapinhas e outros procedimentos nesta faixa etária.

“Os jovens usam cada vez mais produtos químicos e seguem modismos”, observa Marco Antônio. O adolescente Fernando Zorzan Lima, 13 anos, tinge mensalmente os fios. Tanta vaidade resultou em alergia e ressecamento do cabelo. “Faço tratamento na dermatologista. Mas acho importante ficar bonito para as meninas”, justifica. Os riscos do salto alto usado pelas garotas antes dos 12 anos são lembrados pelo ortopedista Anselmo Lins: “É prejudicial para a criança em desenvolvimento, pois afeta a coluna.”

terça-feira, 22 de abril de 2008

Alimentação da Mãe Influencia o Sexo do Bebê

Uma alimentação da futura mamãe rica em valores energéticos antes da concepção do bebê favoreceria o nascimento de um menino, segundo um estudo britânico publicado nesta quarta-feira sobre a relação entre a dieta das mães e o sexo do bebê.

"Este estudo poderia explicar por quê a proporção de meninos está em queda nos países desenvolvidos, onde muitas mulheres jovens seguem regimes hipocalóricos", afirma Fiona Mathews, da Universidade de Exeter, no estudo publicado na revista Proceeding of the Royal Society.

O estudo teve como base 740 mulheres britânicas grávidas e seus hábitos alimentares antes da concepção e no início da gravidez. Todas elas estavam na primeira gravidez e não souberam o sexo do bebê antes do parto. Divididas em três grupos, segundo o aporte calórico no momento da concepção, 56% das futuras mães com um dieta mais calórica deram à luz meninos. No entanto, apenas 45% das que tinham uma alimentação com menos calorias tiveram filhos homens.

Nos últimos 40 anos se registrou nos países industrializados uma leve, mas constante, redução da proporção de nascimentos de meninos (perda de quase um bebê homem para cada mil nascimentos ao ano). Esta mudança é considerada um sintoma de alerta, possivelmente por causa de uma exposição aos tóxicos. As mudanças de alimentação das mulheres jovens nos países desenvolvidos, marcada por uma redução do aporte energético, também poderia explicar o fenômeno, segundo os cientistas.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Jejum e Derrame Raro

Fazer jejum prolongado aumenta o risco de um tipo raro de derrame cerebral, de acordo com um estudo de uma universidade iraniana divulgado durante a Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia, em Chicago, nos EUA.

O jejum é praticado por mais de um bilhão de muçulmanos durante o mês do Ramadã em todo o mundo. No Ocidente, algumas pessoas acreditam que ficar sem comer seja uma forma de "limpar" o organismo. No entanto, ao analisar as internações em cinco hospitais do Irã ao longo de cinco anos, a equipe da Universidade de Ciências Médicas de Isfahan obteve resultados perturbadores.

Em todos os demais meses do ano, apenas duas pessoas em média eram internadas por trombose do seio venoso cerebral, um tipo raro de derrame. Durante o Ramadã, no entanto, o número subia para 5,5. Essa trombose, bastante incomum, atinge normalmente mais mulheres, crianças e adultos jovens. Entre o grupo internado durante o jejum, no entanto, não houve variação de idade ou sexo.

Para o autor do estudo, Mohammad Saadatnia, passar fome por tanto tempo pode ser a "gota d'água" para pessoas que já possuem outros fatores de risco. "Precisamos de mais estudos para descobrir qual é exatamente a causa", disse ele. "O importante, por enquanto, é que as pessoas e seus médicos fiquem atentos para esse perigo."

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Testosterona Estimula Ganhos

Quando os corretores da bolsa têm um elevado nível de testosterona, principal hormônio sexual masculino, têm mais tendência a assumir riscos e obtêm maiores ganhos, revelaram o estudo divulgado nos Anais da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (PNAS) de 14 de abril. Esta pesquisa permite também explicar decisões irracionais responsáveis por bolhas especulativas e 'cracks' na bolsa, segundo estes pesquisadores da Universidade de Cambridge.

Os cientistas acompanharam 17 corretores da 'City' de Londres durante oito dias de trabalho consecutivos e mediram seus níveis de testosterona duas vezes por dia, às 11h da manhã, em plena atividade da bolsa, e às 16h, ao final da sessão, tomando amostras de sua saliva. A cada vez que mediam o nível de testosterona eram registradas também as perdas e os ganhos.

Comparando os dados recolhidos, os pesquisadores determinaram que os ganhos obtidos eram muito maiores que a média diária quando os corretores tinham níveis de testosterona muito mais elevados. Baseando-se em estudos anteriores, estes cientistas acreditam que este fenômeno seria explicado pelo fato de que a testosterona aumenta a confiança em si mesmo e o gosto pelo risco.

A influência dos esteróides, especificamente a testosterona e o cortisol ou hidro-cortisona, poderia também explicar por que os operadores de mercados custam a reagir racionalmente frente a bolhas especulativas ou a uma quebra, exacerbando as crises financeiras. A testosterona é um hormônio determinante para o comportamento sexual e a competitividade, já que atua sobre a agressividade. Este hormônio aumenta em um atleta antes de uma competição e segue aumentando em caso de vitória, mas diminui em caso de derrota.

"O aumento dos níveis de testosterona e de cortisol predispõem os corretores a tomar riscos", observou o doutor John Coates da Universidade de Cambridge, co-autor deste trabalho e ex-corretor de bolsa. "No entanto, se a testosterona se tornar excessiva no organismo, como pode ocorrer facilmente em situações de bolhas especulativas, o gosto pelo risco pode se tornar obsessivo", acrescentou. Mas segundo Coates, "um nível extremo de cortisol -hormônio liberado em situações de estresse- em uma quebra também pode criar uma aversão duradoura pelo risco". "Na atual crise do crédito, os investidores poderão sentir náuseas, produto de um excesso crônico de cortisol que os une em um estado psicológico de desesperança", segundo este pesquisador.

"Quando ocorre uma situação deste tipo, os bancos centrais podem baixar as taxas de juros o máximo possível sem conseguir persuadir os corretores a comprar ativos de risco", explicaram os autores. Em uma situação econômica deste tipo, "é necessário levar em conta não somente a racionalidade dos atores, mas também seu estado fisiológico e psicológico", consideraram.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Parkinson e Células-Tronco "Reprogramadas"

A terapia com células-tronco obtidas a partir de células da pele reduziu consideravelmente os sintomas do mal de Parkinson em ratos, de acordo com estudos publicados nesta segunda-feira nos Estados Unidos.

Cientistas do Instituto de Pesquisa Biomédica Whitehead em Cambridge, Massachusetts, utilizaram uma técnica recente para reconstruir células-tronco a partir de células da pele e depois tratarem as cobaias que sofriam dessa doença neurológica degenerativa.

Quando os ratos foram estudados, várias semanas depois do transplante dessas células, os sintomas do mal de Parkinson haviam reduzido consideravelmente, confirmando que as células-tronco "reprogramadas", que fazem as vezes das embrionárias, poderiam substituir neurônios perdidos ou afetados.

"É a primeira demonstração de que as células reprogramadas podem se integrar ao sistema cerebral ou ter um efeito positivo sobre uma doença neurodegenerativa", indicou Marius Wering, principal autor da pesquisa divulgada na revista científica "PNAS", publicada pela Academia de Ciências dos EUA.

A terapia celular é apresentada como promissora para as enfermidades neurodegenerativas como o mal de Parkinson e o de Alzheimer, já que as células-tronco têm a capacidade de se diferenciar no corpo, substituindo as células mortas ou afetadas pela doença. No entanto, o uso de células-tronco embrionárias gera controvérsia devido às implicações éticas.

No final de 2007, cientistas americanos e japoneses anunciaram haver concebido métodos para reprogramar as células da pele, dando a elas características das células-tronco. As experiências dos pesquisadores do Instituto Whitehead demonstraram pela primeira vez em animais que as células-tronco reprogramadas atuam como se pensava.

"Provamos que as células reprogramadas têm o potencial de ser utilizadas em terapia, mas ainda temos que encontrar meios mais seguros e melhores para gerar estas células", admitiu Wernig.

O mal de Parkinson é uma desordem que afeta ou provoca a morte dos neurônios, caracterizada pela lentidão nos movimentos voluntários, debilidade e rigidez muscular e tremor rítmico dos membros.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Noite de Domingo é a Pior Para Dormir

Uma pesquisa da rede de hotéis britânica Travelodge sugere que a noite de domingo é a pior noite de sono da semana. O estudo, que analisou 3,5 mil adultos, descobriu que quase 60% dos trabalhadores estudados têm a pior noite de sono no domingo. Mais de 25% dos pesquisados admitem que pedem um dia licença na segunda-feira depois de ter uma noite de sono interrompida.

A pesquisa também descobriu que cerca de 80% das pessoas dormem melhor na noite de sexta-feira, no final da semana de trabalho. Neil Stanley, especialista em sono do Hospital da Universidade de Norfolk e Norwich, afirma que a preocupação com o trabalho é uma das razões para uma noite sem sono, mas não é a única.

"Os padrões de sono foram bagunçados pelo fato de as pessoas dormirem até tarde ou ficarem acordadas até tarde da noite, as pessoas não fazem muita atividade física ou mental no domingo, e há probabilidade de uma grande refeição que vai pesar no estômago", disse. Para Stanley, a melhor forma de combater a insônia na noite de domingo é permanecer acordado e ativo durante o dia e manter padrões de sono constantes.

"O que o seu corpo quer de verdade é ir para a cama e acordar na mesma hora todos os dias", diz o especialista. O sono interrompido é considerado uma das principais causas da falta de concentração no trabalho, do aumento da irritabilidade em relação a chefes e até mesmo de funcionários que cochilam em suas mesas de trabalho.

Cerca de metade dos pesquisados afirmaram que sofrem com a falta de concentração, que provoca erros. Um em cada três dos pesquisados diz que ficou irritado com seus chefes e colegas e um quinto afirma que cochilou em algum momento.

Segundo pesquisas, mais de 23 milhões de trabalhadores britânicos afirmam que perdem uma hora de sono a cada noite, pois temem a hora de ir para o trabalho no dia seguinte. Os pesquisados apontaram como causa o fato de lidar com um chefe difícil, participar da apresentação de um projeto ou ter perdido um prazo para entregar um trabalho.

terça-feira, 1 de abril de 2008

TRH e o Câncer de Mama

Já é sabido que a terapia de reposição hormonal aumenta o risco de desenvolvimento de tumores na mama em mulheres saudáveis, mas seu efeito em mulheres que já tiveram câncer de mama ainda não está claro. Um estudo randomizado, conhecido como HABITS, avaliou o uso da terapia de reposição hormonal em mulheres que já receberam tratamento para o câncer de mama.

O estudo HABITS comparou o uso de terapia de reposição hormonal e o manejo adequado, mas sem uso de hormônios, para controle de sintomas da menopausa em mulheres que já receberam tratamento para tumores de mama. O estudo foi suspenso antes de seu término devido à suspeita de risco aumentado de desenvolvimento de um novo tumor de mama naquelas que usavam a terapia de reposição hormonal.

Participaram do estudo 447 mulheres e 442 foram seguidas durante 4 anos. Trinta e nove de 221 mulheres em terapia de reposição hormonal (TRH) e 17 de 221 do grupo que não recebia hormônios apresentaram um novo tumor de mama. A incidência acumulada em 5 anos foi de 22,2% nas que faziam TRH e 8% nas que não faziam. No final do seguimento, seis mulheres em TRH faleceram devido ao câncer de mama e seis apresentavam metástases à distância. No grupo que não fazia TRH, cinco mulheres morreram de câncer de mama e quatro tinham metástases à distância.

O estudo concluiu que as mulheres que já apresentaram câncer de mama e que fizeram TRH tinham um risco aumentado de desenvolver novos tumores na mama. Este risco é significativo clínica e estatisticamente.