segunda-feira, 30 de junho de 2008

Sonolência Excessiva

A Hipersonia ou Sonolência Excessiva, é um distúrbio onde a pessoa possui dificuldade para se manter acordada durante o dia. As pessoas que sofrem de Hipersonia podem cair no sono a qualquer momento, inclusive enquanto estão dirigindo. Os pacientes afetados pela Hipersonia também apresentam outros sintomas relacionados à privação de sono, incluindo falta de energia para as atividades diárias e dificuldade de raciocínio e concentração.

Estudos recentes sugerem que a Hipersonia afeta até 40% das pessoas em algum momento de suas vidas. As principais causas de Hipersonia incluem:
- Narcolepsia
- Apnéia obstrutiva do Sono
- Obesidade- Alcoolismo
- Traumas na cabeça ou doenças neurológicas (ex.: esclerose múltipla)
- Uso regular de tranqüilizantes
- Problemas genéticos

Como a Hipersonia é diagnosticada?
O primeiro passo é a consulta médica. A partir dos dados colhidos na consulta e da avaliação do seu padrão de sono, o médico poderá levantar a possibilidade de Hipersonia e solicitar alguns exames complementares. Os principais testes a serem realizados incluem exames de sangue, tomografia computadorizada do crânio, eletroencefalograma e Polissonografia.

Como é feito o tratamento?
O tratamento da hipersonia pode ser feito com medicamentos estimulantes, antidepressivos e mudanças em certos hábitos (p.ex.: estabelecer horários fixos para dormir e acordar; evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cafeína, especialmente à noite; preparar melhor o ambiente do quarto na hora de dormir, cortando televisão e luzes muito fortes, etc).

É importante informar seu médico sobre todo e qualquer medicamento que você estiver utilizando, uma vez que alguns remédios podem causar sonolência durante o dia ou interferir com a qualidade do seu sono à noite.

Se a hipersonia tiver como causa a Apnéia Obstrutiva do Sono, o médico poderá prescrever um tratamento chamado Pressão Positiva Contínua das Vias Aéreas, ou CPAP (do inglês continuous positive airway pressure), que consiste no uso de uma máscara sobre o nariz durante o sono. Uma máquina pressurizadora é conectada à máscara, fornecendo um fluxo contínuo de ar pelas narinas, mantendo as vias aéreas abertas.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Mulheres Idosas e o Câncer de Mama

Quanto mais idade, maior a chance de uma mulher ter câncer de mama. Com o aumento da expectativa de vida da população brasileira, cresceu o número de mulheres idosas que podem ter a doença. Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de mama é uma das principais causas de morte em mulheres no país. O ideal e mais importante, na avaliação dos especialistas, é o diagnóstico precoce.

O tumor no organismo das mulheres com mais de 65 anos é menos agressivo do que nas mulheres mais jovens. "O tumor depende do estrógeno para se desenvolver. Nesta faixa etária a produção (do estrógeno) já é bem mais lenta e por isso a doença é menos agressiva", explica Edgar Navarro, mastologista do Hospital São Luiz. Segundo José Roberto Filassi, mastologista e chefe do ambulatório de mastologia do Hospital das Clínicas, a incidência de câncer de mama é entre os 50 e 75 anos. "Isso mostra que o organismo da mulher é saudável e conseguiu vigiar bem, ou seja, a genética é boa", diz.

Um dado importante e ao mesmo tempo desanimador é que não há prevenção quando se trata de câncer de mama. "Ele aparece, não tem como evitá-lo", afirma Navarro. Os especialistas destacam que o diagnóstico precoce, através da mamografia, ainda é a principal arma para combater a doença. De acordo com Navarro, o exame feito anualmente reduz em 25% a mortalidade das mulheres com mais de 50 anos. "O melhor exame hoje é rastreamento, que é, basicamente, a realização de exames antes que o tumor se torne sintomático. A chance de cura é extremamente alta", completa Filassi.

Navarro afirma que o tratamento do câncer de mama nas mulheres com mais de 65 anos é exatamente igual ao aplicado nas mulheres mais jovens. "Dentro de alguns princípios básicos, pois nessa faixa etária há uma incidência maior de diabetes, pressão arterial mais elevada, obesidade", diz. "Às vezes nem é preciso realizar a quimioterapia ou radioterapia.

A paciente recebe apenas uma terapia de remédios, que é aplicada durante cinco anos para eliminar qualquer risco ou chance de ter novamente a doença", ressalta Filassi.Um debate que gera muitas discussões tanto entre a classe médica como entre as mulheres é a influência da reposição hormonal. Muitos acreditam que ela aumenta a chance de surgir o câncer de mama. Mas Navarro contesta: "As mulheres fazem a reposição hormonal entre os 50 e 55 anos. E ela é feita durante cinco anos, ou seja, é realizada no máximo até os 60 anos.

Portanto, mulheres com 65 anos não estão na faixa de realizar o procedimento." E faz um alerta: "Hoje em dia e futuramente vamos detectar cada vez mais o câncer de mama em mulheres mais velhas por causa do aumento da expectativa de vida da população".

sábado, 21 de junho de 2008

Alivie a Congestão Nasal

A combinação de clima frio e baixa umidade deixa o organismo mais vulnerável a gripes, resfriados, alergias e outras doenças que atingem direto o sistema respiratório. Só para ter uma idéia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as epidemias anuais de gripe contaminam de 5% a 15% da população mundial. Ou seja, boa parte das pessoas sofre dos males típicos do inverno.

Além da febre, dor de garganta e no corpo, um dos sintomas mais incômodos é a congestão nasal, que deixa o nariz obstruído, a respiração prejudicada e a cabeça dolorida por causa do muco estagnado. Algumas pessoas nem conseguem dormir ou realizar tarefas do dia-a-dia por causa desses problemas das doenças de inverno e, por isso, enchem o organismo com medicamentos e tratamentos fortes que muitas vezes são apenas paliativos.

Se você é daqueles que fogem dos remédios que eliminam apenas os sintomas, o Yoga é uma alternativa para ajudar no tratamento dos problemas respiratórios. Por trabalhar muito com a respiração, a prática ajuda a purificar as vias aéreas e aliviar a congestão. “A prática libera correntes de energia que melhoram o sistema respiratório”, comentou a professora Cláudia Ruschel Lima, do Espaço Yoga Shiva, em São Paulo. Mas é preciso ter atenção redobrada, pois alguns pranayamas e asanas não são indicados para quem sofre desses problemas. “Tome cuidado com as posturas invertidas, porque elas podem piorar o problema já que aumentam a pressão na área do rosto”, comentou a professora Maria Helena Wegner, diretora da Casa de Yoga Shanti Om, em Joinville. O mais indicado é realizar uma prática bem suave.

Cláudia comenta que alguns pranayamas são bons para a congestão. “O nadi sodhana é muito bom para equilibrar a energia e descongestionar. Mas se a obstrução for muito grande, a pessoa não vai conseguir fazer”, disse.

Algumas outras técnicas yogis também podem aliviar o aparelho respiratório em uma crise. “Uma das mais indicadas para a melhora do congestionamento é o neti kriya que é uma técnica de purificação”, disse Maria Helena. O neti kriya envolve a limpeza das vias nasais com água morna um pouco salgada. Esse ritual de purificação vai limpar as vias aéreas e aliviar o peso da congestão.

O praticante também pode aplicar uma técnica usada por alguns professores para desobstruir o nariz. “Pratique o padadhirasana, que é variação do vajrasana”, orientou a professora de São Paulo. Mas não adianta praticar apenas uma vez quando estiver com o problema. Como tudo no Yoga, é necessário ter disciplina. “Para o tratamento ser completo, é preciso praticar três vezes por semana, por pelo menos três meses”, finalizou Cláudia.

Veja como realizar as técnicas indicadas:

Padadhirasana - Sente em vajrasana. Coloque as mãos cruzadas embaixo das axilas. Respire e fique nesta posição por alguns minutos. Se estiver apenas com a narina direita congestionada, coloque a mão direita ou um objeto cilíndrico embaixo da axila esquerda, se a narina esquerda estiver obstruída, faça o contrário. Depois de alguns minutos, você vai sentir um alívio nas vias respiratórias”

Neti kriya -Encha uma tigela com água morna e acrescente uma pequena colher de chá de sal na água. É aconselhável que a água seja fervida e filtrada para eliminar os riscos de infecções. Coloque as narinas na água e inspire a água bem devagar, com um leve movimento de bomba com a glote.Tente evitar que o ar entre ao mesmo tempo que a água. Depois da aspiração, espere alguns segundos e deixe a água escorrer do nariz. Repita a operação algumas vezes. Depois faça algumas expirações forçadas, para que o restante da água saia do nariz.

Nadi sodhana (Respiração Alternada) - Comprima suavemente a narina direita com o polegar, exalando pela narina esquerda. Inale gentilmente pela narina esquerda, enchendo os pulmões de ar; feche a narina esquerda com o dedo indicador, exalando leve e lentamente pela narina direita, repetindo o processo de alterar as narinas durante cinco minutos.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

O Impacto da Violência na Saúde Mental

Mesmo sem conviver diretamente com o terrorismo, enfrentamos uma guerra civil surda e não declarada. Os grandes centros urbanos do país convivem com níveis elevados de violência – fora as altas taxas de homicídios - que atingem principalmente as camadas mais jovens da população. Segundo estatísticas divulgadas recentemente, no Relatório Global sobre Assentamentos Humanos, do Programa das Nações Unidas (ONU) para Assentamentos Urbanos, 70% dos brasileiros se sentem inseguros.

A violência afeta diretamente nosso cotidiano, impondo restrições e sofrimento, sendo sem dúvida uma das maiores causas de prejuízo à sociedade, com conseqüências importantes na saúde física e mental da população. A violência tornou-se matéria diária dos noticiários trazendo uma sensação de imobilidade, como se nada pudesse ser feito para mudar este cenário.

O medo do crime está associado à violência da polícia, à sensação de insegurança, aos registros oficiais de mortes e violências e aos freqüentes assuntos envolvendo estes temas nos jornais e noticiários.

A violência representa um importante problema de saúde pública devido aos efeitos que acarretam sobretudo na saúde mental dos habitantes de grandes cidades. De acordo com o professor de medicina comportamental da Unifesp, terapeuta Geraldo Possendoro, a violência pode acarretar diversos níveis de traumas, desde leves até gravíssimos, como no caso de um atentado.“Traumas graves e gravíssimos são divisores de águas. Algumas pessoas podem desenvolver o transtorno de estresse pós-traumático, mas depende de fatores como idade, do tempo e intensidade que a pessoa foi submetida ao trauma, da personalidade de cada um e de como isso é absorvido pelo indivíduo”, explica o terapeuta.

A psicóloga Renata Maransaldi, colaboradora do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas – Usp, afirma que não se pode generalizar o impacto que cada pessoa sofre. “ Cada indivíduo recebe a situação de um jeito, alguns desenvolvem traumas, outros não”. Existem pesquisas que incluem fatores psicológicos, sociais e biológicos, assim como estudos sobre a eficácia de medidas terapêuticas. A psicóloga explica que nem todo mundo - ainda que expostos ao mesmo tipo de violência - precisam de tratamento, mas que todos podem ser tratáveis desde que o indivíduo se disponha. “Às vezes as pessoas nos procuram quando já se encontram num estado muito grave, quando não suportam mais e se submetem à psicoterapia”, afirma.

Exercícios Aeróbicos Ajudam Contra a Insônia

A prática moderada de exercícios aeróbicos pode reduzir a ansiedade e melhorar a qualidade do sono de pessoas que sofrem de insônia, segundo estudo brasileiro apresentado este mês no congresso SLEEP 2008, nos EUA. A pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, com 36 pessoas com insônia crônica, indicou que, no grupo que praticou moderadamente exercícios aeróbicos, 37% tiveram aumento considerável no tempo total de sono e 40% reduziram o tempo entre deitar-se e adormecer (latência do sono).

De forma geral, esse grupo apresentou um aumento de 21% no tempo de sono total e de 18% na eficiência do sono. Além desses ótimos resultados, que não foram tão observados naqueles que faziam exercícios aeróbicos pesados ou exercícios de resistência, esse grupo teve também redução na ansiedade.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Fator Ambiental e Doenças Herdadas dos Pais

A palavra herança sugere algo bom, alguma riqueza, um presente inesperado, mas nem todo legado dos pais é necessariamente agradável. Doenças cardíacas, obesidade e diabete são algumas das doenças que podem ser passadas de uma geração para outra. No entanto, o fator ambiental pode ter grande peso para algumas doenças. Todas as características físicas dos pais podem ser transmitidas aos filhos, mas segundo o geneticista Luiz Garcia Alonso, do Departamento de Morfologia e Genética da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), elas se modificam ao serem herdadas. "O ambiente vai modulando estas características", diz Alonso.

De acordo com a explicação do médico, se gêmeos de olhos claros são separados ao nascimento e um vai morar no Norte do Brasil e o outro na Suécia, com o passar dos anos o gêmeo que mora no Brasil terá o olho mais escuro uma vez que receberá mais luminosidade e produzirá mais melanina (proteína responsável pela pigmentação da pele, dos olhos e dos cabelos).

Para algumas doenças, o fator ambiental pode ser nulo, embora para outras pode ter peso. Os tumores, por exemplo, raramente são de base genética. Acredita-se que apenas de 5% a 10% deles tenham esta origem. O fato de algo ser hereditário não significa que seja também irreversível. "A hereditariedade, hoje, deve ser considerada também pelo efeito do ambiente sobre os genes", diz o psiquiatra Marcelo Feijó, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Existem doenças que são claramente hereditárias e aparecem devido à alteração em um gene ou cromossomo. Deste processo surgem problemas como os erros inatos do metabolismo e a Síndrome de Down, por exemplo. Neste caso, a doença tem um caráter monogênico, pois foi transmitida por um único gene ou cromossomo defeituoso - e o ambiente tem seu papel zerado. Doenças mais comuns, como obesidade, diabete e hipertensão, têm um caráter poligênico. Ou seja: além dos genes, pesa a contribuição do ambiente.

Segundo Carlos Alberto Moreira Filho, superintendente do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa(IIEP), nos últimos anos é que o estudo destas doenças comuns se intensificou, graças ao seqüenciamento do genoma. "Por meio da genômica, que é o estudo de todos os genes e sua resposta aos efeitos ambientais, conseguimos identificar quais os genes ativos em um tumor, por exemplo", explica Moreira. Com isso, médicos passaram a prescrever tratamentos personalizados para os pacientes, aumentando as chances de sucesso das terapias.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Envelhecimento e Cegueira

O envelhecimento da população brasileira está colaborando para que problemas de retina se tornem a principal causa de cegueira. É o que conclui uma pesquisa da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que mostrou que 35% dos casos de cegueira na periferia de São Paulo estão relacionados a problemas na retina.

Outros 28% são conseqüência de catarata --historicamente a grande vilã da visão-- que causa cegueira reversível, diferentemente da retina --fundamental para a visão pois é onde se formam as imagens. Os números da pesquisa mostram uma tendência, segundo o oftalmologista Rubens Belfort, um dos autores e membro do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia).

"Classicamente, o cego era o indivíduo pobre, de países pobres, em razão de diversas doenças ou da falta de vitamina A. Hoje, nos países mais ricos, há muitos casos de cegueira em razão do envelhecimento", diz.

De acordo com o Censo de 2007, o Brasil tem 11.422 pessoas com mais de 100 anos. Além disso, de 1940 para 2007, a expectativa de vida passou de 40 para 72 anos. Uma das doenças de destaque na pesquisa foi a DMRI (degeneração macular relacionada à idade). A doença é marcada pelos efeitos da luz solar que se acumulam com a idade, levando à morte de células na mácula, porção central da retina acionada na atenção visual.

A prevalência de cegueira nos dois olhos como causa dessa maculopatia foi de 0,25% (nove casos) entre 4.224 adultos com mais de 50 anos. Se contados todos os que apresentaram algum grau da doença, verificou-se que o risco aumentava de 5,1%, entre 50 e 64 anos, para 44,7%, entre 80 e 86 anos.

Segundo Belfort, a população deve estar preparada para detectar esse problema. "Como ocorreu com o auto-exame de mama, em que houve uma educação, também deve acontecer com a visão. Os idosos devem fazer testes de leitura com alguma freqüência. Se perceberem linhas tortas ou inclinadas, devem procurar um médico."

Outra doença comum em idosos e com incidência semelhante foi a retinopatia diabética, causada por alterações conseqüentes do aumento do açúcar no sangue e da diminuição da insulina, que contribuem para a multiplicação de vasos nos olhos e hemorragias.

Leôncio Queiroz Neto, oftalmologista do Instituto Penido Burnier, diz que "com o aumento da sobrevida e com os maus hábitos alimentares, as perspectivas apontam para um aumento de diabéticos em grande proporção, o que impactará também sobre a visão."

A catarata também manteve seu lugar de destaque em alguns aspectos da pesquisa. Ela foi a principal responsável por cegueira em apenas um olho e no quesito deficiência visual. Para os oftalmologistas, os mutirões de catarata colaboraram para que ela não fosse a principal causa de cegueira nos dois olhos. Em 2007, foram 249 mil cirurgias no país, menos que as 450 estimadas como necessárias pelo CBO.

As doenças da retina costumam não receber a mesma atenção, segundo Queiroz Neto, e o acesso aos tratamentos pode demorar alguns meses. Joselito Pedrosa, coordenador de Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde, diz que o órgão tem investido em tratamento e prevenção, e que instituiu o Programa de Combate às Causas Prevalentes de Cegueira, que foca não apenas doenças como retinopatia diabética, catarata e DMRI como procedimentos antes não cobertos pelo SUS.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Incenso Pode Reduzir Ansiedade e Depressão

Um estudo israelense indica que o incenso pode ajudar a relaxar ao ativar regiões específicas do cérebro para acalmar a ansiedade e o comportamento relacionado à depressão. Em testes com ratos, os pesquisadores da Universidade Hebraica de Israel descobriram que um componente do frankincenso, quando injetado nos roedores, pode afetar a atividade da proteína TRPV3 no cérebro.

E os resultados indicam que essa proteína, que na pele ajuda o organismo perceber o calor, pode também cumprir um papel na regulação da depressão e da ansiedade. Os autores destacam que se os resultados forem confirmados em testes clínicos com humanos, a substância pode servir de base para novos antidepressivos com menos efeitos colaterais.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Vida Social e Memória

As relações sociais podem ajudar a proteger o cérebro, retardando a perda de memória entre os idosos, segundo estudo publicado no "American Journal of Public Health". Estudos anteriores já apontavam uma relação entre a vida social e a perda de memória.

No primeiro grande estudo sobre o assunto, realizado nos Estados Unidos, os pesquisadores da Universidade de Harvard avaliaram dados de mais de 16 mil pessoas com mais de 50 anos de idade. Os participantes foram submetidos a testes de memória de dois em dois anos no período entre 1998 e 2004, além de terem sido analisados quanto a sua vida social – status marital, atividades voluntárias e contato com pais, crianças e vizinhos.

E os resultados mostraram que as pessoas com maior integração social apresentavam menores taxas de declínio de memória em um período de seis anos. Entre os menos socialmente integrados, a taxa de declínio era o dobro, em comparação com os mais integrados. Segundo os autores, a participação e as interações sociais têm um profundo impacto na saúde e bem-estar das pessoas.

"Nós sabemos, por estudos anteriores, que pessoas com muitos laços sociais têm menores taxas de mortalidade. Agora, nós temos uma evidência crescente de que fortes redes sociais podem ajudar a prevenir declínios na memória. Como nossa sociedade envelhece e tem mais e mais pessoas idosas, será importante promover seu envolvimento na vida social e da comunidade para manter seu bem-estar", disse a pesquisadora Lisa Berkman.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Por que Algumas Pessoas Não Engordam Apesar de Comerem Muito?

Um estudo da Universidade da Califórnia, nos EUA, pode ajudar a explicar porque algumas pessoas não engordam apesar de comer muito. Testes realizados com vermes C. elegans em laboratório indicam que sistemas independentes do organismo controlam a quantidade de alimento consumido e o metabolismo da gordura (o quanto o verme vai engordar).

De acordo com os autores, as descobertas poderiam valer para os seres humanos, e servir de base para o desenvolvimento de estratégias contra a obesidade que manipulem o metabolismo das gorduras, sem modificar o comportamento alimentar.

Os resultados mostraram que a magreza e a obesidade não são determinados apenas pelo comportamento alimentar. O comportamento alimentar e o metabolismo da gordura são coordenados, mas são diferentes respostas do sistema nervoso à percepção de disponibilidade de nutrientes.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Chupeta: Riscos à Saúde dos Bebês

Na tentativa de acalmar seus filhos e controlar o choro das crianças, muitas mães fazem do uso da chupeta um hábito. Mas o que elas não sabem é que isso pode causar sérios danos à saúde dos pequenos. Problemas ortodônticos, respiratórios e deformidades faciais estão associados à sucção diária da chupeta.

Os males causados por este hábito não param por aí. A respiração é outra função que também pode ser afetada, já que a sucção, neste caso, estimula a respiração via oral. Isso faz com que a criança tenha o sono alterado, fique cansada com facilidade e até ronque.

O uso da chupeta desperta reações pouco racionais. Alguns pais e médicos são radicalmente contra. Na prática, alguns bebês não aceitam a chupeta mesmo quando os pais insistem. Em contrapartida, pais que queriam evitá-la rendem-se às necessidades de sucção do bebê.

A chupeta não é necessária, e geralmente os bebês que mamam adequadamente no seio nos primeiros dias a recusam. Nessa fase inicial, o estímulo à chupeta pode até atrapalhar o aprendizado dos movimentos de sucção do seio. Alguns trabalhos mostram incidência maior de desmame nas crianças que utilizam chupeta. No entanto, à medida que o bebê cresce, suas necessidades de sucção podem ir além das necessidades nutricionais. A chupeta, nesse caso, pode ser confortável para o bebê e, se corretamente utilizada e retirada na idade adequada, não causa danos físicos ou emocionais.

A finalidade da chupeta é suprir as necessidades de sucção da criança, e não confortar a família. Pode ser utilizada em intervalos de mamadas, quando a criança estiver agitada e procurando sugar (mas sem fome). Mas o melhor é usá-la sempre pelo menor tempo possível. Alguns bebês gostam de chupeta na hora de dormir. Isso não deve ser encorajado, pois este fator externo no hábito de sono fará com que, ao acordar à noite, a criança seja incapaz de voltar a dormir sem que a chupeta seja colocada em sua boca. O ideal é por o bebê no berço já sem a chupeta e reduzir ao mínimo possível seu uso durante o dia.

Qual é o melhor tipo de chupeta? As mais difundidas são as ortodônticas. Elas trariam danos menores à formação do palato, pois apresentam a base mais achatada, e permitiriam melhor oclusão dos lábios. No entanto, a literatura médica não confirma essa observação, e a ocorrência de deformidades craniofaciais (mordida cruzada, por exemplo) depende mais do tempo de utilização do que do tipo de chupeta.

As chupetas podem ser de silicone ou látex (as primeiras são mais higiênicas e duram mais), em diversos tamanhos. Existem modelos menores, para recém-nascidos prematuros. A escolha do tamanho adequado influenciará no uso correto da chupeta.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Câncer de Testículo

Uma única sessão de quimioterapia é tão eficaz quanto a radioterapia para tratar um câncer de testículo precoce, que atinge principalmente os homens muito jovens, segundo um estudo divulgado. A pesquisa revelou que a quimioterapia é muito segura, eficaz e menos tóxica que a radição, explicou o dr. Tim Olivier, professor emérito de oncologia do hospital St Bartthomew de Londres e principal autor do estudo apresentado na 44a conferência anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, reunida neste fim de semana em Chicago.

Estes trabalhos mostram que uma dose de quimioterapia com sais de platina depois de uma intervenção cirúrgica para extirpar o testículo afetado é uma nova alternativa sem risco à radiologia para os pacientes afetados por um tumor precoce de testículo e que preferem um tratamento mais rápido - afirmou Olivier. Estudos futuros deverão determinar a possibilidade de evitar a extirpação do testículo mediante a extração cirúrgica do tumor e dos tecidos que o rodeiam, seguida por uma única sessão de quimioterapia para aqueles pacientes nos quais o câncer seja suficientemente pequeno, indicou Olivier.

Todos os pacientes que participaram nesse estudo clínico (1.477) estavam afetados por um tipo de tumor de testículo chamado seminoma, que responde pela metade dos casos. Deste total, 573 pacientes escolhidos aleatoriamente foram tratados com uma sessão única de quimioterapia a base de sal de platina durante uma visita de uma hora ao hospital. O segundo grupo de 904 pacientes foi submetido a um tratamento radiológico diário durante duas ou três semanas no mesmo hospital.