terça-feira, 18 de novembro de 2008

Pessoas Infelizes Assistem Mais TV

Um estudo feito por sociólogos americanos concluiu que pessoas infelizes assistem mais televisão, enquanto pessoas que se consideram felizes lêem mais e têm vida social mais ativa. O trabalho foi publicado na edição de dezembro da revista científica Social Indicators Research. Os pesquisadores, da Universidade de Maryland, na cidade de Baltimore, basearam suas conclusões em pesquisas realizadas ao longo de 30 anos nos Estados Unidos. Com base nesses estudos, eles ainda concluíram que as horas que a população passa em frente à televisão podem aumentar com a crise econômica.

Os sociólogos John P. Robinson e Steven Martin, da University of Maryland, analisaram dados de quase 30 mil adultos que participaram de estudos sobre o uso do tempo e sobre comportamento social feitos entre 1975 e 2006. Nos estudos sobre como as pessoas usam seu tempo, os participantes foram convidados a escrever diários relatando suas atividades durante um período de 24 horas, indicando quão prazerosas foram cada uma delas.

As pesquisas sobre comportamento social, ou General Social Surveys, também usadas como base para o presente estudo, indagaram aos participantes, durante anos consecutivos, quão felizes se sentiam e como passavam seu tempo, além de outras questões. Robinson e Martin verificaram que, em relação ao hábito de assistir TV, os dois tipos de estudos apresentaram resultados diferentes.

De acordo com as General Social Surveys, pessoas que se consideram infelizes assistem em média 20% mais televisão do que pessoas muito felizes. Em suas conclusões, os pesquisadores levaram em conta características individuais como educação, salário, idade e estado civil. As pesquisas também revelaram que pessoas que se descrevem como felizes são mais ativas socialmente, participam mais de serviços religiosos, votam com mais freqüência e lêem mais jornais.

As informações obtidas a partir dos diários descrevendo como as pessoas passavam o tempo, no entanto, revelaram um quadro diferente. Escrevendo em tempo real, no mesmo dia em que as atividades aconteceram, os participantes parecem ver o ato de assistir televisão de forma mais positiva. Segundo Robinson, embora os telespectadores digam que a TV de forma geral é um desperdício de tempo e uma atividade não particularmente agradável, muitos acrescentam que os programas vistos "foram muito bons".

Os autores do estudo concluíram, desta forma, que assistir televisão pode contribuir para a felicidade do telespectador naquele momento, porém, há menos efeitos positivos a longo prazo.
"A TV não parece realmente satisfazer as pessoas a longo prazo da maneira como o envolvimento social ou a leitura de um jornal o fazem", disse Robinson, um pioneiro em estudos sobre como as pessoas passam seu tempo. "Ela é mais passiva e pode oferecer um escape - especialmente quando as notícias são deprimentes".

"Os dados indicam que o hábito de ver TV pode oferecer prazer a curto prazo, mas causam mal a longo prazo." Baseado em dados colhidos pelas pesquisas sobre o uso do tempo, Robinson prevê que a população deva assistir mais televisão durante o período de crise econômica.
" À medida que as pessoas têm progressivamente mais tempo em suas mãos, as horas em frente à TV aumentam".

Ele acrescenta que um pouco do tempo extra também poderá ser preenchido dormindo. (Depois da televisão) "o sono pode ser o segundo grande beneficiário da perda de emprego ou da redução nas horas de trabalho".

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Maior Freqüência de Crises Cardíacas Pela Manhã

O ciclo cotidiano de atividade e de reprodução das células que cobrem os vasos sangüíneos explica a maior freqüência de ataques cardíacos e cerebrais pela manhã. A conclusão é de um estudo apresentado nos Estados Unidos. As chamadas células endoteliais servem de interface entre o sangue e as artérias, controlando sua flexibilidade e contribuindo para impedir a formação de coágulos, que podem provocar uma crise cardíaca, ou um ataque cerebral, explica Ibhar Al Mheid, pesquisador de Cardiologia da Universidade de Emory, em Atlanta (Geórgia).

Ibhar Al Mheid é o principal autor desse estudo, apresentado na Conferência Anual da American Heart Association, em Nova Orleans (Louisiana). "A produção de células-tronco na medula espinhal é um dos processos importantes pelos quais o revestimento interno de nossos vasos sangüíneos se mantêm em bom estado", destaca o especialista.

"Essas células contribuem para a substituição das células endoteliais danificadas e também fabricam novos vasos para o lugar dos já privados de fluxo sangüíneo suficiente".
O objetivo do estudo era examinar as características do ciclo circadiano (período de aproximadamente 24 horas) das funções endoteliais, como a capacidade de distensão dos vasos sangüíneos e a quantidade de células-tronco produzidas para reconstituir as células endoteliais.
O cardiologista e sua equipe examinaram uma dezena de indivíduos de meia-idade a cada quatro horas, durante 24 horas.

Os pesquisadores conseguiram medir a expansão dos vasos sangüíneos nesses indivíduos, a quantidade de células-tronco endoteliais e sua capacidade de crescimento.
A capacidade dos vasos de se desentesar atingiu seu estado ótimo à meia-noite --40% a mais do que no meio do dia--, enquanto que a produção de células-tronco endoteliais chegou ao ápice às 20h.

"O tecido que reveste nossas artérias parece funcionar melhor à noite, e a função endotelial é, particularmente, prejudicada de manhã cedo", observou Al Mheid. Segundo ele, o ciclo circadiano no cérebro, que é influenciado pela luz e regula o sono e o despertar, determina as variações na flexibilidade dos vasos, assim como as funções endoteliais.