sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Fumar na Adolescência Pode Causar Depressão na Vida Adulta

Fumar na adolescência pode levar à depressão na vida adulta, sugere um estudo americano publicado na edição desta semana da revista científica Neuropsychopharmacology. Os pesquisadores da Universidade Florida State injetaram ratos adolescentes por 15 dias com doses diárias de nicotina ou uma substância de água com sal.

Depois desse período, os cientistas submeteram os ratos a diversos experimentos para testar as reações dos animais a situações estressantes, assim como a resposta à oferta de recompensas. Os resultados indicam que os ratos que receberam nicotina passaram a apresentar sintomas associados à depressão, como ansiedade, repetição dos hábitos de limpeza e uma diminuição no consumo de recompensas como doces.

Além disso, os animais ainda demonstraram imobilidade em situações estressantes. "O estudo é interessante porque é o primeiro a mostrar que a exposição à nicotina na vida adolescente pode ter conseqüências neurobiológicas a longo-prazo", disse Carlos Bolanos, que coordenou o estudo. Segundo os pesquisadores, os resultados observados nos roedores sugerem que o mesmo pode acontecer com humanos. Para testar o efeito da exposição a nicotina na vida adulta, os pesquisadores injetaram a mesma quantidade da substância em um grupo de roedores adultos.

Depois de realizar os mesmos testes, os pesquisadores não observaram sintomas de depressão nos ratos adultos. Segundo Bolanos, ainda não se sabe ao certo como a nicotina trabalha no cérebro e no sistema nervoso para induzir esses resultados. No entanto, ele afirma que a exposição tem efeitos tóxicos em diversas regiões do cérebro e do sistema neurotransmissor em períodos distintos do crescimento.

Os cientistas esperam poder realizar outros estudos sobre como esse processo pode ocorrer no sistema nervoso. "A mensagem aos adolescentes é para que não fumem e nem experimentem", disse Bolanos. "Se fumarem, eles precisam estar cientes dos potenciais efeitos a longo prazo que o cigarro pode trazer para o corpo", afirmou o pesquisador.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Só 27% Dos Médicos Sabem Reconhecer a Sepse

Um estudo do Ilas (Instituto Latino-Americano de Sepse) com 917 médicos de 21 hospitais brasileiros (públicos e privados) concluiu que apenas 27% deles sabem diagnosticar corretamente a sepse, conhecida como infecção generalizada. O Brasil, ao lado da Malásia, lidera o ranking de mortes por essa doença, com 250 mil óbitos por ano, segundo pesquisa feita em 37 países em 2005.

A sepse é uma resposta inflamatória exacerbada do organismo a uma infecção. Uma infecção urinária, como a que levou à morte a modelo capixaba Mariana Bridi, 20, pode ser curada com um simples antibiótico --o que ocorre na maioria dos casos--, mas também pode evoluir para sepse grave, que, se não diagnosticada logo e tratada corretamente, pode matar.

A chave para o tratamento correto é o médico saber reconhecer se determinada infecção vai evoluir para sepse grave. Por exemplo, se uma pessoa chega ao pronto-socorro com uma infecção e, ao mesmo tempo, apresenta taquicardia e aumento da respiração, o quadro já pode ser crítico, e o médico deve iniciar uma série de intervenções, como hidratação com soro, controle da pressão arterial e antibioterapia.

No estudo do Ilas --baseado na tese de mestrado do médico Murilo Assunção--, os médicos receberam um questionário com casos clínicos diferentes e tiveram de identificar em quais situações eles se enquadravam. A maioria dos profissionais avaliados (92%) soube identificar uma infecção simples e o choque séptico (81%), uma situação extremada de sepse que mata 70% dos doentes. Mas só 27% souberam reconhecer a sepse. A sepse grave foi identificada por metade deles (56,7%).

"Esse desconhecimento é algo muito sério, um problema que acontece todos os dias nos hospitais brasileiros, mas, como não afeta modelos ou pessoas de maior notoriedade, fica invisível", diz o médico Eliezer Silva, vice-presidente do Ilas e médico da equipe da UTI do hospital Albert Einstein.

Segundo ele, o que mais chamou a atenção no estudo foi o fato de que metade dos médicos não soube identificar a sepse grave. "Nessa situação, quando pelo menos um órgão já está em falência ou a pressão arterial está muito baixa, a mortalidade é de quase dois terços. Se o caso não for diagnosticado e tratado corretamente no pronto-socorro, será mais difícil revertê-lo na UTI." No Brasil, a taxa de mortalidade por sepse é mais crítica nos hospitais públicos (52% contra 40% na rede particular), segundo dados do Ilas. O doente com sepse do sistema público também demora mais no pronto-atendimento antes de ir para a UTI --24 horas contra seis horas do paciente internado em hospitais particulares.

A médica Flávia Machado, chefe da terapia intensiva do Hospital São Paulo e presidente do Ilas, avalia que a sepse esteja sendo relegada a segundo plano em todos os níveis. "Pelo governo, que não dá o devido valor ao problema, pelo público, que desconhece a doença, e pelos médicos que não são capacitados para reconhecê-la e atrasam o diagnóstico."

Machado conta que um outro estudo, feito em hospital público, mostrou que o paciente pode ficar até dois dias sendo tratado incorretamente --com base em outras hipóteses diagnósticas-- até ter a definição de sepse. "Um pouco de soro fisiológico e de antibioterapia dados no tempo correto salva vidas e economiza dinheiro."

Segundo ela, é comum o médico não suspeitar da sepse mesmo quando um paciente apresenta uma disfunção orgânica. "Você pode ter um paciente idoso internado que, de repente, apresenta um quadro de confusão mental. O médico suspeita de delírio hospitalar, que também é bem comum, mas pode ser o primeiro sinal de sepse grave."

O sistema hospitalar brasileiro gasta anualmente R$ 17 bilhões com o tratamento da sepse --sendo R$ 10 bilhões com pessoas que acabam morrendo-, segundo dados do Ilas.
"Enquanto os sistemas de saúde não elegerem a prevenção da sepse como uma prioridade, vamos continuar gastando mal os recursos", observa Eliezer Silva.

O médico afirma que ao menos 25 hospitais brasileiros (de um total de cerca de 6.000) têm realizado treinamento permanente de suas equipes para o diagnóstico e tratamento correto da sepse e, com isso, reduziram em 10%, em média, suas taxas de mortalidade. Um exemplo bem-sucedido ocorreu no Paraná. Durante cem dias, quatro hospitais estaduais adotaram um pacote de tratamento que associava atendimento rápido ao paciente, medicação adequada e emprego de terapias padronizadas para sepse, de acordo com o que preconizam os organismos internacionais.
Segundo o médico Álvaro Réa Neto, presidente da Amib (Associação Brasileira de Medicina Intensiva) e que coordenou o estudo, foram acompanhados 180 pacientes graves internados nas UTIs desses hospitais. O índice médio de morte por sepse passou de 64% para 48%. "Estimamos que 28 pessoas tenham sido salvas nesse período", diz Réa Neto. Para ele, a efetividade do tratamento está diretamente relacionada à precocidade com que se diagnostica a sepse. "Quanto mais cedo você reconhece a síndrome, mais cedo você é capaz de disparar as intervenções para diminuir a mortalidade."

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Alimentos Ricos Em Vitamina C Podem Proteger as Artérias

O consumo de alimentos ricos em vitamina C pode ajudar a proteger os idosos contra problemas cardiovasculares, na medida em que reduz o endurecimento e o entupimento da artéria carótida – vaso sanguíneo que leva sangue arterial do coração para o cérebro –, segundo estudo publicado na edição deste mês da revista médica Nutrition, Metabolism & Cardiovascular Diseases.

“Vegetais podem reduzir os riscos de doença cardiovascular”, destacaram os pesquisadores do Ullevål University Hospital, na Noruega. E, segundo eles, “os alimentos que contêm vitamina C podem proteger contra a progressão de aterosclerose na carótida em homens idosos”. Avaliando a dieta e, através do ultrassom, as mudanças no espessamento médio-intimal da artéria carótida (considerado fator de risco cardiovascular e marcador de doença arterial coronariana precoce) de 536 homens idosos – metade sendo submetidos a uma intervenção alimentar –, os pesquisadores observaram, após três anos, que esse grupo apresentava menor progressão do espessamento da artéria, comparados com aqueles que não foram submetidos à intervenção na dieta.

Os resultados indicaram que esse grupo da intervenção alimentar, que apresentou a redução no risco de aterosclerose, tinha aumentado sua ingestão de frutas e vegetais. E o aumento da ingestão de vitamina C e de frutas em geral foi associado à redução da progressão do espessamento médio-intimal.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Novidades da Medicina que Devem Chegar ao País

A medicina também traz promessas para o novo ano: há previsão de chegada de medicamentos mais específicos e com menos efeitos colaterais para o tratamento de esclerose múltipla e de arritmias cardíacas --além de um exame que permite saber como cada paciente metabolizará determinado remédio.

Equipamentos de laser mais precisos para tratar problemas de visão devem chegar ao país, além de um outro que diminui o crescimento benigno da próstata de forma menos invasiva. A estética também é contemplada entre as novidades: um novo preenchedor visa aumentar seios e nádegas sem necessidade de cirurgia, e novos componentes naturais, como grãos de café, girassol e cogumelos, surgem para diminuir a vermelhidão da pele e estimular a reprodução celular cutânea.


Vale lembrar, no entanto, que muitos problemas de saúde podem ser evitados com medidas simples e já conhecidas. Parar de fumar, adotar uma dieta equilibrada e praticar exercícios físicos são as três orientações mais certeiras. As 12 novidades da medicina que devem chegar ao país nos próximos meses:


Precisão na córnea
O equipamento de laser Femtosecond ganha atualização que resultará em uma maior precisão no corte da córnea, dividindo-a em camadas. Hoje, uma córnea doada pode beneficiar apenas uma pessoa. Com o equipamento, será possível beneficiar duas pessoas, que receberão camadas diferentes. Assim, quem tiver saliência da córnea, por exemplo, pode receber só a camada anterior. E um paciente com distrofia endotelial pode receber a parte posterior. A novidade também permitirá uma melhor recuperação do transplante.

Laser na retina
O Instituto da Visão da Unifesp receberá o primeiro laser de Pascal do país, um fotocoagulador a laser indicado para tratar retinopatia diabética, degeneração macular relacionada à idade, doenças vasculares e oclusivas da retina, glaucoma, entre outros problemas. O processo aumenta a precisão, a segurança e a eficiência dos procedimentos e diminui riscos.

Mais tempo para tratar AVC
Está previsto um aumento na janela de tratamento de acidente vascular cerebral: será possível tratar o paciente com remédios até quatro horas e meia depois do derrame. Até então, o paciente só poderia ser tratado com medicamentos que dissolvem o coágulo até três horas depois do acidente. Um estudo europeu provou que é possível realizar o procedimento mais tarde sem prejuízo à saúde. Isso facilitará o tratamento, porque o procedimento seguinte -a trombólise intra-arterial- é mais complexo e depende de estrutura e profissionais dos quais nem todo centro médico dispõe.

Pílula contra esclerose
O fingolimode é a primeira droga para tratar a esclerose múltipla em forma de comprimido. Hoje, portadores da doença ingerem medicamentos que não foram desenvolvidos especificamente para esse problema ou usam as opções endovenosas, que podem ser desconfortáveis.

Dose individual
Um novo exame de sangue pode identificar como o corpo de cada paciente metaboliza determinados remédios. A vantagem é adequar a quantidade de medicamento às necessidades individuais -embora a maioria das pessoas tenha um metabolismo adaptado às doses-padrão, algumas metabolizam as drogas mais rapidamente e outras o fazem de maneira mais lenta. Esse tipo de avaliação é possível por meio da medição do citocromo P-450, uma família de enzimas responsável pela metabolização de fármacos como antidepressivos, antiepilépticos, antipsicóticos e betabloqueadores.

Telemedicina em ambulâncias
Está prevista para este mês a execução de um projeto piloto firmado entre o HCor (Hospital do Coração) e o Ministério da Saúde para o uso de telemedicina nas ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Os veículos serão equipados com eletrocardiograma, telefone celular e computador para que, no caso de uma emergência cardíaca, a equipe possa transmitir os dados para especialistas de plantão do HCor. A meta é melhorar a assistência oferecida a pacientes que estejam em locais remotos ou que não tenham acesso fácil a um cardiologista.

Droga contra arritmias
Um novo remédio promete amenizar os efeitos colaterais decorrentes do tratamento de arritmias cardíacas. As drogas atuais podem causar problemas gastrointestinais e mesmo levar ao surgimento de novas arritmias. A drodenadora tem a mesma eficácia, mas parece trazer menos desconforto.

Fim da patente
Neste ano, expira a patente do Xenical (orlistate), medicamento usado para perda de peso que custa cerca de R$ 300 a caixa, com doses suficientes para quatro a seis semanas. Com isso, será possível encontrar similares e genéricos a preços reduzidos, estimam os especialistas, e mais pacientes poderão ter acesso a esse remédio. A principal vantagem desse medicamento é seu efeito metabólico geral, com benefícios que vão além da perda de peso, como a diminuição das taxas de colesterol.

Preenchedor corporal
Deve chegar ao mercado ainda no primeiro trimestre do ano um preenchedor em gel de ácido hialurônico para aumento de grandes áreas corporais, como seios, nádegas, panturrilhas e peitoral dos homens. Além disso, o produto poderá ser usado para preencher sulcos e cicatrizes em todo o corpo -até o momento, a substância é usada para suavizar sulcos, rugas e cicatrizes no rosto.

O ácido, quando aplicado sob a pele, provoca uma reação do próprio organismo, que o envolve com fibroses naturais, criando um volume ao redor da área. O efeito, dizem os médicos, dura até dois anos. O produto é contraindicado para portadores de doenças autoimunes como lúpus e vitiligo e para gestantes. O procedimento deverá ser realizado somente por médicos.

Cosméticos naturais
Novos ingredientes devem tirar um pouco o foco do chá verde nas prateleiras de cosméticos. A previsão é que os grãos de café, o girassol e cogumelos sejam cada vez mais frequentes na composição de cremes e outros produtos para a pele, pois estudos apontam que essas substâncias têm uma forte ação anti-inflamatória.

O café e o girassol, especificamente, têm sido associados a uma melhora na pele de pessoas que têm eritema (rubor). Já o cogumelo entra em cena porque uma substância antioxidante encontrada no fungo parece ser capaz de acelerar a multiplicação celular da epiderme. Em média, trocamos de pele a cada 20 dias. Mas esse ritmo diminui com a idade -especialmente quando as mulheres se aproximam da menopausa. O produto melhoraria a renovação celular de mulheres dessa faixa etária.

Laser para próstata
O Green Laser é um tipo de laser indicado para tratar casos de crescimento benigno da próstata -problema que atinge cerca de 85% dos homens e piora a qualidade de vida do paciente, que passa a ter dificuldade para urinar. O laser é aplicado na região e "dissolve" o tecido que cresceu em excesso, diminuindo a próstata. Será mais uma alternativa aos tratamentos existentes. O aparelho já foi adquirido pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz. O Hospital das Clínicas de São Paulo prevê a aquisição para o segundo semestre deste ano.

Tumor à distância
O Hifu (sigla em inglês para ultrassom focal de alta intensidade) é um aparelho que permite destruir tumores à distância por meio de ultrassom. Já é usado para tratar tumores da próstata e tem se mostrado eficiente no tratamento de câncer do rim, sendo usado atualmente sob licença nos EUA. Será indicado para tratar tumores iniciais e pequenos.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Partos São 300 Vezes Mais Arriscados nos Países Pobres do que nos Ricos

A diferença entre o risco de uma mulher que vive num país pobre e uma que vive num país industrializado morrer durante a gestação ou o parto representa a maior desigualdade no mundo frente à morte, destacou nesta quinta-feira Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) em relatório publicado em Johannesburgo. As mulheres que vivem nos países menos avançados correm risco 300 vezes maior do que as dos países industrializados de morrer por complicações ligadas à gestação ou ao parto. "Nenhuma outra taxa de mortalidade é tão grande em desigualdade", indicou a Unicef em seu relatório anual dedicado em 2009 à saúde maternal e neonatal.

Assim, o risco de morte maternal numa vida inteira é de um em sete na Nigéria, contra um em 47.600 na Islândia. "É um dado assustador", declarou a diretora geral da Unicef, Ann M. Veneman, durante a apresentação. Em média, 1.500 mulheres morrem a cada dia no mundo por causa de sua gravidez, ou seja meio milhão por ano, e 95% destas mortes são na África ou na Ásia. Um quarto destas mulheres morrem de hemorragias, 15% de infecções, 13% de complicações ligadas a um aborto, 12% de eclampsia (desregulamentação do metabolismo caracterizada pela hipertensão e por convulsões) e 8% de obstrução no trabalho.

"E para cada mulher morta em parto, 20 outras sofrem de complicações decorrentes de seqüelas duradouras", lembrou Veneman, citando as fístulas que destroem os órgãos reprodutores para o resto da vida. As mortes de mães pesam sobre a mortalidade neonatal que ocorre no período durante o qual a criança é mais vulnerável, ou seja os 28 dias após o nascimento. "Aproximadamente 9,8 milhões de crianças de menos de cinco anos morrem a cada ano e 40% morrem durante seus 28 primeiros dias.

Muitas destas mortes são ligadas à saúde da mãe", insistiu Veneman."Os bebês cuja mãe morreu nas seis primeiras semanas de vida correm muito mais riscos de morrer antes dos dois anos do que os das mães que sobreviveram", acrescentaram os autores do relatório. No Afeganistão, 75% dos bebês com mães mortas no parto não sobrevivem mais de um mês. A taxa de mortalidade neonatal diminuiu 25% entre 1980 e 2000 no mundo, mas a um ritmo muito mais lento que a mortalidade entre crianças de menos de cinco anos, que beneficiaram de programas em torno do ambiente médico (distribuição de mosquiteiros, vacinação, etc.), enquanto os problemas dos recém-nascidos cabem geralmente à medicina pura.

Para lutar contra a mortalidade das mães e neonatal, a Unicef recomenda primeiro o reforço dos sistemas médicos. Aproximadamente 80% das mortes das mães podem ser evitadas se as mulheres tiverem acesso a cuidados de saúde primários ou obstétricos essenciais. A agência recomenda ainda a adoção de "cuidados contínuos" com um acompanhamento regular das mulheres ao longo de sua vida em estruturas de fácil acesso."Da mesma forma é essencial formar pessoal médico, não somente cirurgiões cheios de diplomas, mas também parteiras (enfermeiras)", acrescentou a diretora geral.

Além dos aspectos sanitários, a Unicef defende priorizar "a promoção da capacidade de autonomia das mulheres, melhorando seu acesso à educação e reduzindo as discriminações". Uma mulher educada geralmente tem filhos mais tarde, enquanto o risco de morrer durante um parto é cinco vezes mais elevado para as menores de 15 anos do que para as de mais de 20 anos. A Unicef lamenta também que "nos países em desenvolvimento, inúmeras mulheres não tenham direito à palavra nas decisões relativas às suas próprias necessidades em termos de saúde." No Mali, em Burkina Faso ou na Nigéria, mais de 70% das mulheres dizem que seus maridos tomam decisões por elas neste assunto.