quinta-feira, 12 de março de 2009

Boa Páscoa Para os Alérgicos

Crianças com restrições alimentares não precisam deixar de comemorar a Páscoa com os tradicionais ovos de chocolate. É preciso, porém, que os pais procurem produtos sem lactose e sem glúten — substâncias que provocam boa parte das alergias — disponíveis no mercado. Se a alergia for ao chocolate, porém, o jeito é recorrer a outro tipo de presente, como brinquedos. Estima-se que a alergia a alimentos atinja 8% das crianças e 3% dos adultos no mundo. A causa mais comum é genética: filhos de alérgicos têm até 80% de chance de desenvolver sensibilidade a determinadas substâncias.

De acordo com especialistas, a alergia ao chocolate ocorre pelo alto teor energético do cacau, causando hipersensibilidade especialmente nas pessoas com asma brônquica. Muitos confundem essa alergia com a intolerância à lactose, que resulta na incapacidade de o organismo aproveitar ingredientes do leite animal. O imunologista do hospital Badim, José Telles, explica que a intolerância à lactose não é propriamente uma alergia.

“Trata-se de uma deficiência das enzimas do aparelho digestivo que quebram a lactose contida nos alimentos. Com a carência, existe uma maior fermentação deste açúcar pelas bactérias intestinais, provocando gases, dor abdominal e desconforto”, diz. Outro grande vilão é o glúten, presente nas farinhas e nos chocolates. Segundo o dermatologista Egon Daxbacher, a criança que estiver diagnosticada com alergia a esta proteína não pode comer nada que a contenha.

Do contrário, pode ocorrer uma reação imunológica, causando inflamação na mucosa intestinal que resulta em diarréias, dores abdominais, emagrecimento e até anemia. A opção para os diabéticos ‘chocólatras’ é o chocolate diet, com 0% de açúcar. Um estudo alemão divulgado recentemente trouxe uma possível boa novidade para quem sofre da doença: o consumo diário de uma xícara de chocolate amargo enriquecido com mais flavonóides — compostos presentes no cacau, principal ingrediente do chocolate — pode ajudar diabéticos a prevenir doenças cardíacas. Os flavonóides impulsionam o aumento da produção de óxido nítrico — uma substância química que atua no relaxamento e dilatação de artérias.

De acordo com a pesquisa, as artérias de uma pessoa normal são capazes de se dilatar cerca de 5%. No caso dos pacientes diabéticos, essa capacidade foi registrada em 3,3%. No entanto, duas horas depois de os pesquisados consumirem o chocolate, essa capacidade aumentou para 4,8%.

Cerca de 2 Milhões Sofrem de Doença Renal Crônica no Brasil

Uma doença silenciosa, irreversível, progressiva e que em seu estágio inicial não possui sintomas aparentes, como dor ou outra manifestação do organismo. Assim age a doença renal crônica, que tem índice de mortalidade semelhante ao de cânceres de próstata e de colo de útero. No mundo, estima-se que haja 500 milhões de pessoas afetadas --em países como EUA, Austrália, Japão, o índice pode chegar a 11% da população.

No Brasil, de acordo com o Datafolha, apenas três em cada dez brasileiros já fizeram exames de avaliação das funções renais. A Sociedade Brasileira de Nefrologia estima que mais de 2 milhões de brasileiros sofram de doença renal crônica, sendo que a maioria nem sequer sabe da doença. A progressão da falência dos rins é quase imperceptível, sem qualquer tipo de dor ou de outro sintoma de fácil identificação.

Quando eles surgem, geralmente os rins estão danificados ao extremo --algo que, em casos mais graves, exige o tratamento por meio de diálise, processo artificial que substitui a filtração dos rins. A doença renal crônica ocorre quando os rins perdem a capacidade, parcial ou total, das funções. Eles são o filtro de toxinas na forma de creatinina e de excesso de água no organismo, que são levados à bexiga para excreção por meio da urina. Cerca de 150 litros de líquido são filtrados, diariamente, pelo aparelho renal, dos quais 148 litros são reabsorvidos.

Além disso, o órgão também trabalha no equilíbrio de eletrólitos (como o potássio, o cloro e o sódio), importantes reguladores das funções celulares. Os rins também são produtores de hormônios que controlam a produção de hemácias (glóbulos vermelhos) e mantêm os níveis normais de cálcio nos ossos e no sangue. "É uma doença que mata tanto quanto o câncer de próstata e o de colo de útero", ressalta Hugo Abensur, nefrologista e professor da Faculdade de Medicina da USP. "A mortalidade bruta é de 14,3% nos casos de doença renal crônica." A melhor forma de prevenção da doença, segundo o especialista, é a ingestão constante de água e a prática de exercícios físicos.

A doença renal crônica está relacionada a problemas de saúde precedentes ou a um defeito congênito. As enfermidades associadas mais comuns são a inflamação e lesão dos néfrons (unidades funcionais dos rins, que são milhares em cada órgão), diabetes e hipertensão. "Na hipertensão, a pressão sanguínea danifica artérias e capilares, o que faz com que os vasos sanguíneos, inclusive os dos rins, percam a flexibilidade", explica Abensur. "A diabetes, por sua vez, impede absorção de açúcar, e o acúmulo de glicose no sangue faz com que vasos de todo o corpo sejam lesionados, principalmente os vasos dos rins."

Entre os casos de doença crônica dos rins, 54% dos pacientes apresentavam diabetes, 20% hipertensão e 10% possuíam inflamação renal, segundo dados do professor da USP. Outros fatores que exigem cuidados, segundo Abensur, são o histórico de doenças cardiovasculares e a obesidade. "Sabemos que o excesso de peso é um problema para a humanidade. Para a prevenção de doença crônica nos rins, o controle da alimentação é fundamental."

terça-feira, 3 de março de 2009

Jogadores de Futebol Mais Altos Têm Mais Sucesso

Uma pesquisa das Universidades de Wolverhampton e de Birmingham, na Grã-Bretanha, afirma que jogadores de futebol mais altos são os mais bem-sucedidos. O professor Alan Nevill, da Escola de Esportes, Artes Cênicas e Lazer, levantou dados oficiais da primeira divisão do futebol inglês - antiga First Division, hoje chamada de Premier League - para examinar as características físicas dos melhores jogadores profissionais.
Nevill examinou estatísticas dos períodos da década de 70, 80, 90 e entre os anos de 2003 e 2004, usando dez anos de intervalo para evitar sobreposição de dados. O jogador tinha que ter pertencido aos clubes que estavam entre os seis primeiros colocados de cada temporada para ser considerado "bem sucedido".

Entre os jogadores altos apontados como exemplos no estudo estão os atacantes Thierry Henry (2003 - 2004, do Arsenal, na foto) e Ruud Van Nistelrooy (2003 - 2004 Manchester United), ambos com 1,88 m, e Peter Crouch (2003 - 2004, do Aston Villa), com 2,01 m. "Os resultados deste estudo mostram que os jogadores profissionais estão ficando mais altos e pesados a cada década, com um pequeno, porém significativo aumento no Índice de Massa Corporal durante as quatro décadas", disse Nevill.

O professor Nevill também afirmou que a pesquisa previu muitas diferenças em algumas posições específicas dos times. "Muitas das diferenças em posições de jogadores também foram previstas, com goleiros, centroavantes e zagueiros centrais ficando mais altos e pesados do que os que jogam em posições mais abertas, como os pontas e os laterais", acrescentou. O pesquisador também descobriu que, em análises recentes, os jogadores dos times mais bem sucedidos eram mais altos e jovens do que aqueles em times com menos vitórias. E, segundo Nevill, existem várias razões que levam este tipo de corpo a ter mais chances de sucesso.

"Além do fato de que jogadores mais altos cabecearem melhor na defesa e ataque, eles também poderão fechar ou limitar a habilidade dos jogadores adversários de passar e distribuir a bola", afirmou. "E pessoas mais altas e magras são capazes de dissiparem o calor mais rapidamente do que as pessoas mais baixas e pesadas." "Estes resultados sugerem que técnicos de futebol e caçadores de talentos deveriam prestar atenção ao formato do corpo quando selecionarem os potenciais jogadores para seus times", acrescentou.

Apesar dos grandões levarem vantagem na pesquisa, alguns jogadores históricos contrariam os resultados apresentados pelas universidades britânicas. Os baixinhos Maradona (1,65 m) e Romário (1,69 m) marcaram época nas décadas de 1980 e 1990. Para citar um caso mais antigo, a média estatura de Pelé (1,72) não impediu que ele se tornasse, do final da década de 1950 para cá, o atleta futebolístico mais reconhecido no planeta.

Sedentarismo Pode Elevar Risco de Asma em Crianças

Crianças pequenas que passam mais de duas horas por dia assistindo à televisão correm duas vezes mais risco de desenvolver asma, de acordo com um estudo britânico publicado na revista de medicina respiratória "Thorax". Os cientistas dizem, contudo, que o problema se deve menos à TV em si e mais ao estilo de vida sedentário ligado ao hábito de assisti-la.

Os pesquisadores acompanharam mais de 3 mil crianças britânicas desde o nascimento até os 11 anos e meio. Todos os anos, os pais respondiam a um questionário sobre sintomas de problemas respiratórios em seus filhos e se um médico diagnosticou asma. Os pais também foram requisitados a acompanhar os hábitos de assistir à televisão dos filhos a partir dos três anos e meio de idade. Nenhuma criança pequena ou bebê apresentava problemas respiratórios. Aos 11 anos e meio, 185 crianças (6%) tinham desenvolvido asma.

E crianças que assistiram à TV durante mais de duas horas por dia apresentaram quase o dobro de possibilidade de ter sido diagnosticadas com asma do que as que assistiam menos à televisão. Entre as crianças com asma, 2% não assistiam à TV, 20% assistiam por menos de uma hora por dia, 34% praticavam o hábito entre uma e duas horas e 44% assistiam à televisão durante mais de duas horas por dia.

Pesquisadores ressaltaram que, como nenhuma criança apresentava problemas respiratórios aos três anos e meio, é pouco provável que as crianças que desenvolveram asma tenham sido forçadas a fazer menos exercícios desde tenra idade justamente por causa dos sintomas da doença. Eles especulam que a inatividade é uma explicação para os resultados obtidos, partindo-se da premissa de que as crianças que assistem mais TV têm vidas menos ativas - os cientistas não monitoraram diretamente os níveis de exercício das crianças durante o estudo.

No final do estudo, quando as crianças tinham 11 anos e meio de idade, constatou-se pouca diferença nos níveis de exercício físico entre os que desenvolveram asma e os que não desenvolveram. O co-autor do estudo, James Paton, da Universidade de Glasgow, disse: "Nós achamos que o problema é inatividade, não assistir à TV." "Pode haver um período cedo na vida quando as atividades fazem alguma coisa para proteger os pulmões." "Pode ser que ao não ficar sentado parado você acabe respirando profundamente e isso pode ser importante no longo prazo." Há indícios de que padrões respiratórios podem ser importantes para os músculos das vias respiratórias.