quinta-feira, 29 de maio de 2008

É Tempo de Infecção Respiratória

Estiagem, frio e poluição típicos desta época dobram número de atendimentos nos hospitais. Os 18 dias de estiagem e as mudanças climáticas típicas deste período já provocam muito mais danos do que apenas transtornos nos transportes. A baixa umidade vem condensando a poluição da cidade na parte baixa da atmosfera, tornando o ar do RJ até 10% mais poluído, de acordo com a Divisão da Qualidade do Ar (Diar) da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feema).

Depois do ápice da epidemia de dengue, os pacientes agora sofrem com infecções respiratórias e, em alguns hospitais, chega a dobrar o número de atendimentos só para doenças pulmonares. Segundo a química industrial Maria Isabel de Carvalho, chefe da Diar, o período de maio a setembro – que concentra massas de ar seco – é mais propício ao desenvolvimento de doenças respiratórias, especialmente entre idosos e crianças.

De acordo com o pediatra e pneumologista Sidnei Ferreira, diretor do Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), a partir de abril o número de infecções respiratórias chega a "mais que dobrar" no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, da UFRJ, onde trabalha: Além da poluição, as mudanças bruscas de temperatura aumentam muito as infecções respiratórias.

Doenças pulmonares crônicas estão em quinto lugar no ranking de letalidade no Brasil, atingindo cerca de 6 milhões de pessoas e matando, ao ano, em torno de 30 mil. Segundo o meteorologista Lúcio de Souza, do Instituto Nacional de Meteorologia, a estiagem provocou um fenômeno comum nesta época do ano. Movimentos subsidentes deslocam a massa de ar seco de cima para baixo, concentrando camadas de poluição nas partes mais baixas da atmosfera. Por ficar no litoral, o Rio dificilmente atinge níveis perigosos de baixa umidade.

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