quarta-feira, 5 de março de 2008

Desfibriladores nos Locais

O aparelho deveria estar presente em locais de grande movimento de público. Dados científicos demonstram que mais de uma vida pode ser salva por dia. Os recentes episódios de mal-estar súbito em academias de ginástica no Rio mostram a importância da existência dos aparelhos e de equipes treinadas em primeiros socorros.

Os desfibriladores externos automáticos são aparelhos capazes de identificar alterações do ritmo do coração, através de pás adesivas colocadas no tórax, e liberar uma corrente elétrica capaz de reverter esse ritmo fatal.

As arritmias cardíacas, quase na totalidade das vezes, são responsáveis pelas paradas cardíacas em adultos (acima de 95% dos casos). A Associação Americana do Coração estima que 20 mil vidas poderiam ser salvas por ano naquele país se os desfibriladores estivessem mais disponíveis. Nove estados norte americanos já têm leis que obrigam a colocação dos desfibriladores em academias e outros locais.

O número de desfibriladores instalados nos EUA está na casa dos 250 mil aparelhos, sendo comum encontrá-los em aeroportos, estações de trem e metrô e até mesmo teatros e restaurantes. Os aparelhos foram desenvolvidos para serem utilizados por quem primeiro atender a uma vítima de mal súbito que pode estar apresentando uma arritmia (alteração do ritmo do coração), que se não for revertida vai levar à morte.

O treinamento para utilização desses dispositivos é simples e está padronizado no mundo todo com métodos, e os centros de treinamento estão presentes na maioria das grandes cidades.
O desfibrilador entra na chamada Corrente da Sobrevivência, junto com as manobras básicas de ressuscitação cardíaca, compressões do tórax e insuflações para ajudar a respiração.

Uma pesquisa divulgada no final de 2007 mostrou que entre novembro de 2005 e dezembro de 2006, em 10 mil paradas cardíacas, 412 mortes foram evitadas. Naqueles atendimentos onde o desfibrilador foi utilizado, na maioria das vezes por leigos, o índice de sobrevivência foi quatro vezes maior do que naqueles onde somente as medidas de ressuscitação cardíaca foram empregadas.

No Brasil existem cidades onde a colocação dos desfibriladores e a existência de equipes treinadas para sua utlização já está definida por leis, o que não conhecemos são os dados sobre a real aplicacão dessa legislação. Existe um projeto de lei federal, que veio do Senado, e que atualmente encontra-se parado em alguma comissão na Câmara dos Deputados.

O Ministério da Saúde tem uma resolução sobre o tema, que depende somente de assinatura do ministro. Esse é mais um problema da área de saúde que, dependendo da pressão dos usuários de academias e clubes, poderá ser resolvido mais rapidamente. Afinal, as emergências médicas não escolhem local ou vítima.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que ótima idéia